Familiares criam 'vakinha' para custear gastos de paciente com câncer maligno

Por Alanis Ribeiro em 20/11/2023 às 13:00

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Diagnosticado com câncer maligno na glândula salivar em estágio avançado com metástase nos pulmões, a família do morador de Cubatão, Fabrício dos Santos Silva, criou uma ‘vakinha online’ para conseguir recursos para arcar financeiramente com os custos dos tratamentos paliativos e alimentícios. 

A administradora Adriana Cristina Freitas Silva, de 48 anos, conta que seu marido sempre foi um homem muito ativo, alegre, saudável e apaixonado por artes marciais, principalmente pelo muay thai. Mas, em 2016, aos 39 anos começou a apresentar alguns sintomas alarmantes, como a língua dobrada para o lado direito e dores ao engolir. 

Pelos sintomas serem atípicos, a procura pelo diagnóstico se estendeu por longos três anos, e somente em 2019, no Hospital das Clínicas, em São Paulo, Fabrício recebeu o laudo que mudaria a sua vida, foi diagnosticado com câncer maligno da glândula salivar em estágio avançado.

“Antes de recebermos o resultado, o médico saiu da sala. Eu estava sentada de frente para o monitor e meu marido na minha frente, eu automaticamente levantei da cadeira, mas quando bati o olho eu vi  escrito ‘carcinoma adenóide cístico’, quando li fiquei estática e sentei de volta na cadeira, mas deixei que o médico dissesse”, diz a esposa. 

Adriana Cristina relembra que o otorrinolaringologista não esboçou nenhuma reação ao dizer para eles que a expectativa de vida de Fabrício seria somente de dez anos.

“Automaticamente, meu marido começou a chorar, ficamos em choque. Saímos dali, com todos os pedidos de exames e encaminhamentos necessários”, acrescenta.

Adriana abriu mão de seu emprego para cuidar do marido e da família. Desde então, o tratamento e acompanhamentos são feitos através do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). 

Em 2020, foi necessário ser feita a primeira cirurgia de alto risco. Foram 18 horas de operação, sendo necessário remover a língua, a laringe e colocar uma traqueostomia definitiva. Além disso, foram realizadas mais de 33 sessões de radioterapia, o que ocasionou o desenvolvimento da doença osteomielite (quando um osso se torna infectado, a parte mole e interna muitas vezes incha) no osso da boca. 

Lutando incansavelmente pela vida, em 2021 fez a segunda cirurgia. Desta vez precisou remover a mandíbula do lado direito, o que consequentemente fez com que ele perdesse voz, olfato, mastigação e deglutição. 

Atualmente, para se alimentar faz o uso da sonda de gastrostomia (GTT), um método para fornecer dieta ao paciente e garantir suporte nutricional adequado, no abdômen para se alimentar. Já para se comunicar, faz a utilização de sinos, linguagens não verbais e mensagens por celular. 

“Ele era muito ativo e saudável, e de uma hora pra outra perdeu 40 quilos. Ele sumiu. Todo o tratamento colocou ele de cama por um ano, ele ficou arrasado, chateado, sempre foi muito falante e amava comer. E hoje? Bom, hoje ele está assim, é muito doloroso vê-lo nessa situação, por isso fazemos de tudo para ele ter o melhor”, declara. 

Em decorrência da agressividade do câncer, houve a metástase no pulmão, onde surgiram mais três tumores. No entanto, devido aos fortes tratamentos e doses de radioterapia e quimioterapia recebidos, o corpo de Fabrício não suporta mais sessões. 

Para tornar os dias melhores e dar esperança, a oncologista responsável pelo tratamento de Fabrício aconselhou a família que permita que ele vivesse e tivesse uma vida mais confortável, optando pelos tratamentos paliativos, ou seja, possibilitar práticas de assistência ao paciente incurável que visa oferecer dignidade e diminuição de sofrimento. 

“Meus filhos são maravilhosos, me ajudam muito, mas queria muito não dar trabalho pra eles. Fabrício tem uma aposentadoria de R$ 400. Já recebi muita ajuda de amigos, mas as despesas são contínuas e necessárias”, acrescenta.

Os valores gastos para as locomoções aos hospitais, consultas e despesas alimentícias, como Isosource 1.5 da Nestlé (uma fórmula de nutrição), são de aproximadamente R$ 20 mil. Para conseguir arcar com as despesas, a família criou uma ‘vakinha online’, para ajudar a custear os gastos. 

“Acima de toda dificuldade, não nos falta amor e união na luta pela vida dele. Como eu disse antes, ele era saudável e foi acometido por essa doença terrível que tirou o prazer dele falar e comer. Então, dê valor a cada gole de água que você consegue tomar e não perca tempo buscando razão, aproveite o tempo para demonstrar amor nas atitudes com aqueles que você ama.

Aos interessados em ajudar acesse o link ou entre em contato pelo telefone (13) 13-98884-4224.

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