Família deve procurar assistência aos primeiros sintomas da doença de Alzheimer

Por #Santaportal em 01/10/2015 às 15:33

CUBATÃO – A doença de Alzheimer tem várias faces. Em cada família se apresenta de forma diferente, imprevisível. Quase sempre agravando os traços negativos da personalidade do paciente. Cura não há. No entanto, é possível retardar seu aparecimento. A afirmação da médica geriatra Alcineide Maria Mata Correia encontrou ouvidos atentos no lotado miniauditório da Câmara Municipal, na quarta-feira (30). Ela foi uma das integrantes da mesa-redonda formada no 1º Seminário Envelhecimento Saudável e Ativo para debater a doença que “bate na porta de todo mundo”.

“Difícil alguém não conhecer um idoso com a doença de Alzheimer. Parece até que o número de casos aumentou nos últimos anos. Mas, na verdade, hoje temos mais capacidade de diagnosticar”, disse Alcineide Correia, frisando que a perda de memória também pode ocorrer por outros fatores, como a depressão ou doenças cardiovasculares. “Há mais de 200 causas para a perda de memória”.

A geriatra enfatizou que o processo de envelhecimento normalmente vem acompanhado das doenças crônicas, mas é possível retardar o seu aparecimento. “Podem ter uma evolução mais lenta se houver um envelhecimento ativo e saudável. Não é difícil tomar um comprimido por dia. O difícil é mudar o hábito de vida”, afirmou, enfatizando que o tabagismo, o sedentarismo e a obesidade são fatores de risco.

Ela também alertou que a família deve procurar assistência assim que surgirem os primeiros sintomas. “Cada paciente é diferente do outro. Mas geralmente começa a ficar repetitivo, o que a família normalmente interpreta como implicância. Perde objetos e os familiares acham que simplesmente escondeu. A memória começa a falhar. Deixa de fazer as coisas que estavam em sua rotina cotidiana. O arroz soltinho agora sempre queima. Os banhos diários ficam esporádicos. A família sempre encontra uma forma de justificar esses sintomas. Quando busca assistência, o paciente já apresenta um quadro de comprometimento avançado”.

A terapeuta ocupacional Marcia Maria Pires Camargo Novelli, coordenadora da sub-regional Santos da Associação Brasileira de Alzheimer , a Abraz, afirmou que não só o paciente precisa de assistência, mas também os familiares e os cuidadores profissionais. Tanto que a próxima reunião mensal do grupo de apoio discutirá o tema ‘A Importância de o Cuidador Cuidar dele Mesmo’. O encontro, aberto a todos os interessados, ocorre no campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na Avenida Ana Costa, 95, dia 7 de outubro, das 20h às 21h30.

“Nesses encontros, toda primeira quarta-feira do mês, os cuidadores profissionais ou familiares compartilham suas experiências e refletem sobre as dificuldades. Trocam soluções e encontram formas mais eficazes de lidar com o cotidiano. Também há palestras com profissionais”, acrescentou Marcia Novelli, aproveitando para divulgar o site da associação sem fins lucrativos. Há ainda atendimento pelo telefone 0800-551906.

Também participaram da mesa-redonda a psicóloga Selma Maria de Jesus Neves, chefe da Divisão de Saúde Mental; o médico Andre Almeida Pires; a assistente social Erenita Maria Barbosa; a fisioterapeuta Tamara Oliveira; a nutricionista Vanessa Alves Fernandes; e a enfermeira Angela Andrade.

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