Cubatão sofre com fechamento de postos após demissões em massa

Por Vânia Revheim/Colaboradora em 19/06/2016 às 11:32

CUBATÃO – A cidade de Cubatão ainda sofre com a falta de emprego. Estima-se que 12 a 13 mil pessoas estão desempregadas, atualmente, no município. Uma parte desse número foi causada pelas demissões em massa na Usiminas. Cerca de 4.900 funcionários terceirizados da usina, e 2.100 da própria siderúrgica, foram demitidos. Isso causou prejuízo para mais de 100 empresas que operavam na região e trabalhavam em função da produção de aço.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, Florêncio Rezende de Sá, o que levou às demissões na empresa foram os conflitos internos, a partir de 2011, com a entrada do grupo ítalo-argentino Ternium-Techint no seu bloco de controle, além da situação de corrupção na Petrobras.

“São quatro grandes grupos que administram a Usiminas: italiano, japonês, argentino e brasileiro. Eles acabaram não se entendendo, e a partir daí começaram a ter conflitos nas reuniões de administração e planejamento. E assim foram deixando as coisas acontecerem, levando à desvalorização do espaço físico em Cubatão”, explicou Rezende.

“Nós tivemos empresas com 400 trabalhadores, que hoje têm 50. Nós tínhamos outras empresas que tinham 400 e hoje não há nenhuma, assim como as que tinham 800 e hoje têm 40. Então, nós vamos ter uma variação de organizações que fecharam ou que tiveram uma redução muito drástica no número de funcionários”, lamentou o sindicalista.

A usina já tinha planos de fechar a produção desde 2011 e, com isso, pararam de investir no setor primário, que é o setor produtivo. “A situação ficou insustentável em 2015, porque sem investimentos não há como produzir”, contou o sindicalista.

A falta de investimentos em produtividade e manutenção fragilizou os equipamentos, tornando-os inativos. Para continuar produzindo, o grupo teria de investir em torno de R$ 7,5 bilhões. Mas, para isso é preciso a retomada da economia brasileira, senão não há retorno.

Solução
O presidente do sindicato acredita que a solução é a retomada da produção no polo industrial, com as duas mais importantes: a Petrobras e a Usiminas. “A Petrobras para voltar a produzir, é necessário investir em manutenção e ampliação das suas redes. Já a Usiminas tem que voltar a produzir na sua mina e na usina”, destacou.

Segundo um ex-funcionário da Usiminas, que não quis se identificar, a situação em Cubatão mudaria se, o polo voltasse a produzir aço. Dessa forma, retornariam os empregos e as demais indústrias.

Desde 2015, o sindicato tem tomado uma série de medidas. Uma delas é mobilizar os trabalhadores para tentar resistir, envolvendo também a região. Além disso, tem desencadeado medidas jurídicas, na tentativa de impedir mais demissões. Reuniões chegaram a ser agendadas em Brasília. “Se em setembro, a gente não tiver uma retomada da produção na região, certamente haverá um caos”, concluiu.

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