Marrocos encerra trajetória de Cristiano Ronaldo em Copas e avança pela 1ª vez à semifinal

Por Luciano Trindade/Folha Press em 10/12/2022 às 14:10

André Ricardo/Agência Enquadrar/Folhapress
André Ricardo/Agência Enquadrar/Folhapress

Pela primeira vez na história, uma seleção africana vai disputar a semifinal de uma Copa do Mundo. O feito foi alcançado neste sábado (10) pela seleção de Marrocos, que derrotou Portugal por 1 a 0, no estádio Al Thumama, em Doha.

Coube ao atacante Youssef En-Nesyri, 25, marcar o gol que não só definiu a partida como também encerrou a trajetória de Cristiano Ronaldo em Mundiais. Aos 37 anos, o astro português disputou pela quinta e última vez em sua carreira o maior torneio do futebol mundial.

Ele ainda estava no banco de reservas quando o placar foi aberto. Entrou no segundo tempo, mas não conseguiu evitar a queda portuguesa.

O Marrocos foi apenas a quarta nação africana a chegar às quartas de final, depois de Camarões (1990), Senegal (2002) e Gana (2010). Agora, a equipe marroquina vai esperar o vencedor do confronto entre França e Inglaterra, às 16h (de Brasília), também neste sábado.

Portugal, por sua vez, lutava para superar as duas melhores campanhas na história do torneio, o terceiro lugar em 1966 e o quarto lugar em 2006, esta justamente a primeira com Cristiano Ronaldo na equipe.

Como fez contra a Suíça, nas quartas, o técnico Fernando Santos deixou o capitão português, 37, no banco. Ele apostou novamente em Gonçalo Ramos, 21. A troca foi consequência do chilique do camisa 7 ao ser substituído diante da Coreia do Sul, ainda na fase de grupos.

O treinador, no entanto, optou por uma mudança em relação ao último jogo. Sacou William Carvalho e colocou Rúben Neves no meio de campo.

A troca tirou a mobilidade que os portugueses mostraram na última partida. Apesar da paciência para rodar a bola no meio de campo, havia uma certa dificuldade para furar a defesa marroquina. Desta vez, Gonçalo Ramos foi pouco acionado.

Bem fechado, o Marrocos apostava em subidas rápidas para o ataque para tentar surpreender a defesa portuguesa. Criou boas chances, mas desperdiçou as oportunidades com chutes fracos ou distantes do gol, como arremates de Ziyech e Amrabat.

Foram quase 30 minutos até os europeus darem uma resposta, que veio quase sem querer, quando João Félix finalizou da entrada da área, a bola desviou na zaga e enganou o goleiro Yassine antes de passar rente ao travessão.

Quando Portugal parecia mais dominante no jogo, no entanto, Marrocos encaixou uma boa subida pela esquerda, por onde o lateral Attiat-Allah Yahya descolou um cruzamento e contou com uma saída errada do goleiro Diogo Costa para colocar a bola na cabeça de Youssef En-Nesyri. O atacante abriu o placar aos 42.

À beira do gramado, os marroquinos comemoravam, enquanto seus torcedores exibiam bandeiras do país e também da Palestina, como forma de solidariedade da nação árabe em torno dos palestinos, exigindo o fim da ocupação israelense e a formação de um novo Estado.

O apoio à Palestina marcou não só a trajetória de Marrocos na Copa do Mundo, como também nas partidas de Tunísia e Arábia Saudita. Temendo, ainda, possíveis protestos dos marroquinos, a Fifa reforçou a segurança à beira do gramado, à frente dos torcedores -eles, contudo, passaram o jogo inteiro apoiando sua equipe.

Enquanto esperavam o fim da comemoração dos marroquinos, os portugueses queriam mais pressa no reinício da partida. No banco de reservas, Cristiano Ronaldo fazia caras e bocas.

Antes do intervalo, os portugueses acertaram uma bola no travessão, com Bruno Fernandes e reclamaram de um pênalti de Hamiki em João Félix, mas o árbitro argentino Facundo Tello mandou o lance seguir.

Logo com seis minutos da etapa final, Fernando Santos resolveu colocar Cristiano Ronaldo em campo. Ele entrou no lugar de Rúben Neves. O atacante se tornou o quinto na história com mais jogos em Mundiais, com 22. O líder é o alemão Lothar Matthäus, com 25.

Portugal melhorou. Não só pela entrada do camisa 7, mas porque passou a chutar mais a gol. Bruno Fernandes quase empatou em um bom arremate, aos 19. Mas, com o passar do tempo, o relógio também passou a ser um adversário.
Marrocos já havia abdicado de atacar. Na segunda etapa, descolou poucos contra-ataques. Mas nem assim os lusitanos chegaram ao empate, despedindo-se da Copa do Mundo.

Antes do fim, Walid Cheddira levou o segundo cartão amarelo e acabou expulso. Mas nem isso impediu a festa marroquina.

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