21/09/2022

Lúcia Teixeira é destaque no V Encontro MetaRed Global e MetaRed Brasil

Por Acyr Méra Júnior em 21/09/2022 às 21:00

Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, da rede MetaRed Brasil e da Universidade Santa Cecília (Unisanta), foi um dos destaques da quinta edição do Encontro MetaRed Global e MetaRed Brasil, que acontece esta semana no sede da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

Após um hiato de quase três anos, causado pela pandemia, o evento que reúne reitores e representantes de universidades ibero-americanas, promoveu uma rica troca de experiências, com debates primordiais em torno da Educação.

“Justamente por termos demorado tanto para nos reunir, essa edição se faz tão fundamental. Aqui, ao longo da semana, alinhamos as macroestratégias lançadas para 2022, são 16 ao total. Além disso, alinhamos atividades para o próximo ano, com o objetivo de atualizar as universidades brasileiras sobre o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação. Tudo isso, oferecendo soluções para questões urgentes como cibersegurança, a evasão causada pela pandemia, a melhoria nas ações das universidades em setores como desenvolvimento sustentável, com apoio a ações globais de inclusão e de gênero, a acessibilidade de portadores de necessidades especiais, além da formação de um grupo de mulheres participantes na área de TI, foram alguns dos pontos altos dos debates”, resume ela.

Representado pela professora Lúcia Teixeira, o Brasil mais uma vez marcou presença no encontro que reúne a nata da educação mundial.

“O Brasil é um país fundamental na contribuição da definição das nossas linhas estratégicas. Que sorte a das instituições brasileiras terem uma profissional como a professora Lúcia as representando”, diz Tomás Jiménez García, Coordenador Global da MetaRed.

Na entrevista a seguir, Lúcia Teixeira faz um balanço do V Encontro MetaRed Global e MetaRed Brasil. “É valioso constatar que nós, aqui no Brasil, no Semesp, na Unisanta, e nas nossas universidades como um todo, temos pontos de avanços significativos em relação a outros países”, afirma.

  • Faz tempo que não tem um encontro com presidentes da MetaRed. Do último encontro para esse, o que mudou no cenário da educação brasileira?

Há dois anos e meio que não temos um encontro global como esse, por causa da Pandemia. Justamente por isso,a importância dele que, além de reunir países diversos, mas que têm objetivos comuns, serve para avaliar e definir uma série de caminhos para a melhoria das universidades ibero-americanas.Tudo, naturalmente, focando na transformação digital e no uso das tecnologias da informação e da comunicação de modo a aperfeiçoar o trabalho acadêmico e administrativo e a evolução dos alunos.

Esse encontro também serviu para fomentar uma colaboração mais estreita entre as instituições. Isso, claro, mantendo a autonomia de cada uma delas, mas com uma rede bastante colaborativa e atuante. A escolha do Brasil para sediar o evento, desta vez, se deu pela forte atuação da MetaRed Brasil. Já sabemos que o próximo encontro será na Europa e, na sequência, provavelmente será novamente aqui no Brasil, em São Paulo possivelmente em Santos.

  • A constante troca de ministros da educação no atual governo, foi assunto nas mesas- redondas. Os últimos acontecimentos prejudicaram a imagem da educação do nosso país?

Falamos, sim, da troca de ministros da educação não só no Brasil, mas também em outros países da América Latina. Infelizmente, é um fenômeno do continente. E isso só reforça a relevância de estarmos aqui, juntos, pensando na educação e debatendo temas como políticas públicas do setor, algo que temos enfatizado no Semesp. E digo não apenas políticas de governo, mas políticas de Estado que aconteçam e tenham continuidade.

Ainda mais neste momento, que nos preparamos para eleger governantes, temos que ressaltar que a educação seja algo visto como prioridade, independente dos representantes eleitos. Temos que tirar o atraso que nós já tínhamos e que foi enfatizado pela Pandemia. Principalmente na educação básica.

  • Falando nisso, fale um pouco do seu trabalho à frente da Semesp, entidade que além de prestar serviços de orientação especializada aos seus associados, oferece soluções para o desenvolvimento da educação acadêmica do país…

O trabalho junto ao Semesp envolve a contribuição com várias instituições privadas, focando também no diálogo e nas parcerias com instituições públicas. Na próxima semana haverá o Fórum Nacional do Ensino Superior Particular, o maior evento de Educação na América Latina, presencial, discutindo com palestrantes nacionais e internacionais. Como presidente do Semesp e também da MetaRed Brasil, promovemos várias pesquisas, inclusive uma muito importante sobre governança na área de tecnologia, onde tivemos uma participação de muitas instituições, já que o Semesp congrega um número grande de associadas.

Outras pesquisas também valem ser comentadas, nas áreas de investimento em TI, além das pesquisas que realizamos em relação à competência digital dos professores. Nesse quadro pós-Pandemia, essas ações são realmente importantes.

Promovemos também o alguns Webinares (seminário virtual) ao longo do ano, para desenvolver boas práticas no uso de tecnologias digitais e capacitação de professores, além de debates nacionais e esclarecedores sobre transformação digital, isso em várias capitais do país.

O Semesp também se volta a prestar consultoria acadêmica, jurídica e em todos os momentos que forem necessários para as instituições. Outro ponto que nos importamos muito, e que foi abordado durante o encontro, é a questão da cibersegurança e seus desdobramentos.

Atualmente essa questão afeta o mundo inteiro, e compromete a educação em si em muitos casos. Todas ações, reitero, são para fortalecer a colaboração pedagógica, a colaboração didática, da formação humana mesmo, frente a todos esses novos desafios.

  • Quais os principais pontos abordados nesta edição do encontro?

Abordamos muitos pontos comuns, como cursos internacionais, um selo de conscientização de modo a melhorar as ações das universidades em cada país, a contribuição para que os objetivos do desenvolvimento sustentável, com apoio a ações globais de inclusão e de gênero, também foram bastante discutidas nas mesas-redondas e seus debates. Fomentar a participação de mulheres na área de Ti também foi uma questão bastante debatida, já que ainda somos minoria nessa área.

Vamos formar um grupo específico para divulgar e fomentar essa participação. Afinal, queremos incentivar a força feminina nas universidades e no mundo como um todo. Além disso, apontamos caminhos na questão da proteção de dados, disponibilizando gratuitamente para as universidades iniciativas de transformação digital.

A acessibilidade de portadores de necessidades especiais também mereceu destaque. Ainda alinhamos nossos próximos encontros internacionais, e diversos outros temas que envolvem uma educação de qualidade

  • Que balanço faz desta edição do evento? O que falta para atingirmos a tão sonhada transformação digital entre as instituições brasileiras de ensino superior?

Foi, e sempre é, uma troca rica de experiências, informações e visões. É valioso constatar que nós, aqui no Brasil, no Semesp, na Unisanta, e nas nossas universidades como um todo, temos pontos de avanços significativos em relação a outros países.

Digo isso, claro, focando no objetivo de oferecer formação de qualidade, formação competitiva, independente do meio que for — presencial, online, enfim, a supracitada educação híbrida.

Oferecer essa vantagem dos novos tempos, com serviços inovadores, que tenham segurança digital, compartilhando conhecimento e informação adequada, é nosso objetivo. Estamos no caminho certo, incentivando a mudança de mentalidades para a formação de qualidade.

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