18/11/2022

CRÍTICA DE SÉRIE

Crítica | Wandinha (1ª Temporada)

Por Gabriel Fernandes em 18/11/2022 às 10:01

Quando foi anunciada pela Netflix, a série “Wandinha” causou uma enorme sensação de medo nos fãs de “A Família Addams“, uma vez que a plataforma não tem acertado nas suas últimas adaptações. Porém, quando o nome de Tim Burton foi atrelado a direção dos episódios e produção executiva, desta primeira temporada, o alívio foi ganhando mais espaço. Com a atual Screen Queen, Jenny Ortega (“X” e “Pânico“) vivendo a protagonista, a atração realmente se mostrou uma das mais divertidas do ano.    

Após causar um tremendo acidente em sua atual escola, Wandinha (Ortega) é expulsa de sua escola, fazendo com que Gomez (Luis Guzmán) e Morticia (Catherine Zeta-Jones) lhe coloquem na instituição de ensino “Nunca Mais”, local onde os mesmos estudaram e se conheceram. Mesmo demonstrando uma total discordância em estar lá, ela acaba percebendo que no ambiente existem várias coisas macabras que lhe interessam.    

Imagem: Netflix (Divulgação)

É nítido que a própria Netflix deu carta verde não só para Burton conduzir sua narrativa, como também aos próprios criadores da atração Alfred Gough e Miles Millar (criadores da sucedida série “Smallville“). Mesmo com uma forte inspiração na série dos anos 60, criada por Charles Addams (que na época, teve como base sua própria família) e nos dois filmes dos anos 90, que foram dirigidos por Barry Sonnenfeld (“MIB – Homens de Preto”), a série conseguiu ter sua própria imagem perante as adaptações citadas. Existem homenagens às mesmas (seja em arcos, diálogos ou até mesmo objetos), mas nada pode ser definido como uma “cópia barata” (algo que ocorre e muito nas últimas adaptações).    

Embora a própria Família Addams apareça relativamente pouco, eles conseguem possuir uma química incrível. Seja a divertida química e atuação de Guzmán e Zeta-Jones (que exercem uma divertida versão de Gomez e Mortícia), a hilária aparição de Fred Armisen (como Tio Chico) e até mesmo as constantes interações do Mãozinha com a própria Wandinha. Inclusive, a escolha de Ortega para interpretar a mesma foi excelente, pois ela não só entrou de cabeça na interpretação, como também ela conquistou totalmente o estilo da mesma.   

E provavelmente, ela contou demais com a ajuda da própria Christina Ricci, interprete da Wandinha nos filmes dos anos 90, que aqui interpreta a professora Marilyn Thornhill (que é uma personagem regular na atração, inclusive), e nitidamente ela também está feliz em ter voltado a este universo que marcou sua carreira.

Mas como estamos falando de uma produção com a mão de Tim Burton, não posso deixar de falar que o estilo da produção beira bastante aos cenários já criados pelo cineasta, que é conhecido por ter muita pegada gótica e surrealista, em suas tramas de fantasia (só pegarmos clássicos como “A Noiva Cadáver“). E datado o universo dos Addams, essa pegada caiu como uma luva (tirando o gosto amargo da animação lançada ano passado).

Isso sem falar que não evitam de mostrar sequências com sangue, violência e até mesmo uma pegada leve de suspense e mistério (algo que havia sido deixado de lado nas últimas produções dos personagens). E claro, há muita comédia nesta produção, principalmente vindo da própria Wandinha, que literalmente deixa claro que não liga para o politicamente correto (pelo menos não totalmente), pensamentos dos valentões e de quaisquer aspectos. Ela só está interessada no caos ao seu redor.

Com oito episódios, a primeira temporada de “Wandinha” deixa claro que finalmente a Netflix está acertando, na hora de conceber novas produções de grandes e renomadas franquias. Que venha a segunda temporada!

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