20/07/2022

CRÍTICA DE CINEMA

Crítica | O Telefone Preto

Por Gabriel Fernandes em 20/07/2022 às 18:19

Não é novidade que muitos cinéfilos e fãs do gênero horror estavam ansiosos pelo lançamento de “O Telefone Preto“. Repetindo a trinca do diretor Scott Derrickson com o ator Ethan Hawke e o produtor Jason Blum (proprietário do selo Blumhouse), após o sucedido “A Entidade”, de 2012, temos um projeto que capta pela pelo diferencial em seu enredo, apesar de beber um pouco de sucessos recentes de Blum como “Fragmentado“.    

Inspirado no curta de Joe Hill rotulado de “The Black Phone”, a história mostra Finney (Mason Thames), um garoto de 13 anos que é sequestrado por um homem misterioso (Hawke). Sem ter como obter uma comunicação com o mundo externo, ele é munido apenas de um telefone preto, cujas ligações são feitas por outras vítimas do mesmo sequestrador e que o ajudam a tentar fugir do local.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

O roteiro do próprio Derrickson e C. Robert Cargill procura nos primeiros 20 minutos criar uma atmosfera para mostrar o quão Finney não é do típico protagonista padrão deste tipo de filme, muito menos um grande herói. Ele sofre bullyng na escola, sofre agressões constantes do seu Pai (que não superou o falecimento de sua esposa) e ainda tenta defender sua irmã caçula Gwen (Madeleine McGraw) destas mesmas atrocidades. 

Só que nitidamente vemos que a dupla bebeu bastante das referências das obras de Stephen King como “It – A Coisa“, pois há muito da criação do suspense em cima das crianças e Derrickson não exitam em tirar o impacto de cenas relevantes para o filme (como delas sendo agredidas ou regadas a muita violência). Caso este recurso não tivesse sido explorado, provavelmente não haveria tanto impacto como previsto.    

Isso sem citar, que o próprio enredo possui um caminhar diferente e atrelado ao que foi dito anteriormente, acabamos comprando a narrativa e tentando se atrelar ainda mais ao arco de Finney e Gwen (já que ambos atores mirins estão ótimos, e conseguem cativar o espectador). E ainda mais pelo antagonista vivido por Hawke, que está cada vez mais acertando em criar esses personagens misteriosos, e conseguem transpor medo só por conta disso.   

O Telefone Preto” acaba sendo um dos filmes de suspense mais divertidos e inesperados, nos últimos meses. Certamente os fãs do gênero irão acabar conferindo ao mesmo, mais de uma vez.

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