CRÍTICA DE CINEMA
Crítica | Nada é Por Acaso
Por Gabriel Fernandes em 23/11/2022 às 10:00
Um fato que sempre vai ser citado no cinema nacional, é que qualquer filme sobre a doutrina espírita e que tenha ligação com nomes como Chico Xavier, Divaldo e outras pessoas importantes para a mesma, sempre serão um sucesso de público e bilheteria (na maioria das vezes). Inspirado no famoso livro de Zíbia Gasparetto, “Nada É Por Acaso” se encaixa perfeitamente nestes parâmetros, porém estamos falando de um filme cujo público (pelo menos uma grande parcela dele), não possui o hábito de ir muito ao cinemas e só está interessado em saber na mensagem mostrada no mesmo. E isso obviamente acabou resultando em um filme totalmente amador.
O filme mostra a história de duas mulheres distintas, Maria Eugênia (Mika Guluzian) e Marina (Giovanna Lancellotti). Enquanto a primeira recebe um misterioso telefonema de um homem (Fernando Alves Pinto) que poderá prejudicar sua vida, a segunda volta de viagem para sua casa com cinco milhões de reais em sua conta, um carro novo e o emprego dos sonhos. Porém, ambas possuem uma ligação espiritual que vai fazendo sentido aos poucos.
Imagem: Imagem Filmes (Divulgação)
Chega a ser engraçado ver que este filme é uma verdadeira propaganda da doutrina espirita, em diversos sentidos. O diretor Márcio Trigo certamente foi direcionado para sempre dar enfoque para livros (cuja sequência na livraria, sempre destacava alguns livros da temática e acabava causando interesse no público que segue o assunto), locais, atitudes e até mesmo algumas marcas (como o selo Coco Bambu, que é um dos patrocinadores do filme). O recurso poderia ser um incomodo, se a ideia do próprio não fosse fazer exatamente isso.
Isso porque não entrei no mérito das atuações, que realmente parecem ter saído de uma novela mexicana (de tão forçadas que algumas são, em alguns momentos). Consequentemente, alguns breves momentos acabaram causando risos. Embora o diretor de elenco tenha se aproveitado de alguns atores que sempre fazem o mesmo tipo de papel como Fernando Alves Pinto (o europeu com toques brasileiros), Giovanna Lancellotti (a mulher meiga e que consegue agradar a todos) e Werner Schünemann (o “investigador/advogado” da trama).
“Nada É Por Acaso” é mais uma produção nacional, que serve como verdadeiro álibi para o público entender mais sobre como a doutrina espírita age e funciona.