07/11/2022

CRÍTICA DE CINEMA

Crítica | My Policeman

Por Gabriel Fernandes em 07/11/2022 às 10:00

Não é novidade que nos últimos meses as redes sociais têm comentado o lançamento do longa “My Policeman“, que teria como protagonistas a dupla Harry Stiles (“Não Se Preocupe Querida“) e Emma Corrin (da série “The Crown“). Depois de passar por vários festivais de cinema pelo mundo, o mesmo finalmente chega ao catálogo do Prime Video. Apesar de terem feito um enorme bafafá para ambos serem cotados ao Oscar, confesso que estamos falando de uma versão LGTBQIA+ do sucedido conto de “O Diário de Uma Paixão“.    

Baseado no livro de Bethan Roberts, a história mostra o casal Marion (Gina McKee) e Tom (Linus Roache), recebendo o enfermo Patrick (Rupert Everett), que se encontra em estado vegetativo. Intercalando com cenas do passado dos três, vemos o quão o casal (agora vividos por Stiles e Corrin) possuía uma relação carinhosa com aquele (David Dawson) e como o segundo nutria uma forte paixão pelo mesmo.

Imagem: Amazon Studios (Divulgação)

É notório que tanto no presente, como no passado, que o rio de atores possui uma enorme química em cena. Seja por conta de Corrin e McKee exercerem suas atuações apenas com olhares, expressões e até mesmo usando poucos diálogos (representando o quão ela era tímida diante da situação), assim como Stiles e Dawson nitidamente expressão uma genuína paixão em alguns breves momentos. Digo assim, pois não houve uma construção mais plausível, uma vez que tudo se resumiu a arcos clichês e baratos do gênero de romance (como cenas de passeio em locais culturais, parques e até mesmo englobando músicas).    

Agora um dos grandes destaques é do veterano Everett, que sob uma grande maquiagem consegue estar totalmente desconstruído e convence realmente como alguém doente, mas com sentimentos reprimidos. Mas infelizmente seu personagem perde o gás, quando está sob a personificação de Dawson, uma vez que este é um novato totalmente canastrão.

Por se tratar de um filme inglês, a sensação é de que “já vimos essa história ser contada antes” é ainda mais colocada em nossas mentes por conta de singelos detalhes colocados durante o andar do mesmo. Seja por intermédio da fotografia acinzentada de Ben Davis (“Capitã Marvel“), debates sobre artes ou das constantes tomadas externas de campos/mar (que já se tornaram clichês, no próprio cinema inglês/europeu).

My Policeman” termina sendo mais um típico caso, onde o hype positivo acaba se sobressaindo mais do que o próprio filme. Infelizmente não será desta vez que Stiles conquistará seu primeiro Oscar.    

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