05/09/2022

CRÍTICA DE CINEMA

Crítica | Men

Por Gabriel Fernandes em 05/09/2022 às 20:01

Não é novidade que o cineasta Alex Garland não está em seus melhores dias depois do aclamado “Ex-Machina“, uma vez que seu filme posterior “Aniquilação” teve um lançamento em branco na Netflix (uma vez que o próprio foi lançado direto pela plataforma, indo contra vontade do cineasta que concebeu o projeto originalmente para os cinemas). Seu terceiro filme, “Men” consegue ir nesta linha decrescente, ao apresentar uma premissa que mescla bastante o gênero Folk Horror (como no clássico “O Homem de Palha”), com Horror Psicológico, em um enredo bastante amargo.

A história gira em torno de Harper (Jessie Buckley), que após o suicídio de seu cônjuge James (Paapa Essiedu) resolve tirar umas “férias improvisadas” em uma cidade distante. No local, ela acaba alugando a residência do misterioso Geoffrey (Rory Kinnear), e apesar deste se mostrar muito gentil, aos poucos ela nota que o local é rodeado de homens bastante psicóticos.

Imagem: A24/Paris Filmes (Divulgação)

Durante os quase 100 minutos de projeção, a única sensação que o diretor Alex Garland (que também assina o roteiro) transpõe para seu espectador é apenas um medo interno que muitas mulheres sentem, após vivenciarem determinadas situações delicadas como constantes abusos físicos e psicológicos. Isso funcionaria se Harper fosse uma personagem melhor escrita, já que à todo momento ela se mostra uma pessoa que não nos desperta interesse em torcer por ela, e principalmente se colocar em seu lugar (diferente do que vimos no “primo” deste, “Midsommar“, que ficamos a todo tempo na cabeça da protagonista vivida por Florence Pugh).

Apesar de Buckley ser uma boa atriz, infelizmente é um fato que ela está se prendendo neste tipo de personagem e já está ficando bastante “previsível” suas facetas nestes projetos. E isso acaba tirando um pouco do impacto neste tipo de produção, pois nas tomadas de tensão e violência extrema, não sentimos absolutamente nada (uma vez que este tipo de filme depende e muito da atuação e abordagem da sua protagonista).

“Men” acaba sendo vendido como um filme de terror no estilo de “Uma Noite de Crimes”, mas nos entrega uma produção mediana e esquecível na mesma proporção dos longas da Netflix.

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