10/10/2022

CRÍTICA DE SÉRIE

Crítica | Eleita (1ª Temporada)

Por Gabriel Fernandes em 10/10/2022 às 10:00

Certamente uma frase que se encaixaria para esta produção, foi dita pelo próprio humorista Danilo Gentili em uma entrevista, “No Brasil, é difícil fazer humor com política, pois a mesma por si só já consegue ser uma piada pronta!”. Embora “Eleita” tente tirar situações cômicas sobre o que acontece na política (mas apenas enfatizando os erros de algum lado), não há como achar graça em nenhuma das situações realizadas por Fefê (personagem de Clarice Falcão, que é eleita como Governadora do Rio de Janeiro). São seis episódios que mesmo passando bem rápido (já que a metragem é de 30 minutos, por volta), acabam sendo cansativos quando começamos a buscar alguma graça.

A história se passa em um futuro não muito distante, quando a ignorância no Brasil se tornou alarmante e o povo elegeu a imatura Fefê como Governadora do Rio de Janeiro. Sem condições de se mostrar uma política madura ou até mesmo alguém que consiga melhorar a situação do estado, a mesma terá de lutar contra um sistema para se perpetuar no cargo.

Imagem: Amazon Studios (Divulgação)

O roteiro de Célio Porto certamente procurou sanar o máximo de piadas que miravam apenas em sanar humor de situações onde certamente apenas eles e alguns integrantes do elenco, devem ter achado graça. Embora Falcão também seja conhecida por ser uma boa cantora (carreira que ela vem focando ultimamente, e até mesmo tem um episódio com números musicais), é nítido que o texto não sabia explorar a sua veia humorística que foi mostrada lá no inicio do “Porta dos Fundos” (quando o mesmo era realmente engraçado).    

Como não se pode fazer piadas para não ofenderem determinados nichos, vemos situações banais e forçadas que envolvem escrachamento ao cristianismo, idolatração de drogas e outras pautas pelas quais o humorístico brasileiro tem se focado (e que certamente só afasta o espectador, e não lhe chama para próximo). Personagens e situações que poderiam ter as melhores piadas (como a ponta da icônica Suzane Alves, a intérprete da Tiazinha e, Ingrid Guimarães) acabam sendo jogadas no lixo e se estivessem sendo vividas por outras pessoas, não teria feito diferença alguma.    

Eleita” acaba sendo uma vergonha sem tamanho, e vemos o quão o politicamente correto está afetando a fábrica de fazer humor no Brasil, que um dia já foi das melhores.    

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