25/11/2022

CRÍTICA DE CINEMA

Crítica | Desencantada

Por Gabriel Fernandes em 25/11/2022 às 10:00

Depois de anos com várias pessoas, atores e até mesmo os envolvidos do primeiro “Encantada” (lançado em 2007, nos cinemas) pedirem para a Disney dar sinal verde para a continuação, o estúdio não só abraçou a ideia em meados de 2020, como também trouxe todos os nomes do original, com a única diferença é que agora o lançamento de “Desencantada” seria direto no Disney+. Mais uma vez, não hesito em dizer que o estúdio errou feio em direcionar neste formato, um título que teria porte para fazer grande sucesso no cinema.

A história começa alguns anos depois do final do primeiro, com Giselle (Amy Adams) vendo que realmente sua vida no mundo real, é totalmente diferente e mais complicada do que imaginava. Mesmo com seu casamento com Robert (Patrick Dempsey) indo bem, ela agora tem um filho pequeno e tem de lidar com as birras de sua enteada adolescente Morgan (Gabriella Baldacchino). Mas quando eles se mudam para uma nova casa, em uma nova cidade, Giselle vê que é a grande chance para as coisas serem do jeito que ela gostaria.

Imagem: Walt Disney Pictures (Divulgação)

Conseguindo trazer de volta tudo aquilo que nós gostamos no antecessor, animação 2D mesclada com live-action, números musicais divertidos e executados aleatoriamente e, claro, a própria Amy Adams. O original foi responsável por alavancar sua carreira no cinema, e é nítido em seu olhar que ela está feliz por ter voltado à cena (e mais uma vez ela solta a voz como cantora). O mesmo, infelizmente, não pode se dizer de Dempsey (que também foi prejudicado pelo roteiro), que não só deve ter voltado por conta do cachê, como também em respeito por todos os envolvidos.    

Outro fator que acaba pecando um pouco, como dito acima, é o roteiro de Brigitte Hales. No primeiro arco faltaram algumas coisas reais e do dia a dia, para mostrar as verdadeiras dificuldades de Giselle (e deixar ela mais próxima do público) como trabalhar loucamente, pagar boletos e até mesmo tentar lidar com os problemas que surgem na casa. As “dificuldades” se resumem a ela não viver em um mundo de fantasias, cuidar de um bebê, aturar a enteada e se contentar com o marido que trabalha o dia todo (para sustentar todos na casa).

Sem entrar no quesito de spoilers, o próprio roteiro tem tantas falhas que ele acaba se esquecendo de conduzir o trio de “vilãs” composto por Maya Rudolph (Malvina), Yvette Nicole Brown (Rosaleen) e Jayma Mays (Ruby) não fazem sentido de estarem no filme. Além de terem sido literalmente “jogadas” no enredo, o arco do trio não faz sentido nenhum.

Mesmo com alguns descuidos, “Desencantada” era a continuação que nós gostaríamos de ver há anos, porém nas telonas do cinema, ao invés nas telinhas do streaming.

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