30/03/2023

CRÍTICA DE SÉRIE

Crítica | Daisy Jones e The Six

Por Gabriel Fernandes em 30/03/2023 às 14:39

Inspirado no sucedido livro de Taylor Jenkins Reid, a minissérie “Daisy Jones & The Six” realmente conseguiu transpor em seus 10 episódios aquela sensação nostálgica de como eram as bandas de rock’n roll nos anos 70, e como os bastidores eram conturbados para algumas delas.

Sendo estrelada por Riley Keough (neta de Elvis Presley, na vida real) e Sam Claflin (“Como Eu Era Antes de Você”), mesmo não sendo inspirada em fatos reais, mas sim na história da banda inglesa Fleetwood Mac (que fez bastante sucesso no fim dos anos 60), a produção é mais um dos notórios casos onde uma qualidade final é tão grande, que nos faz buscar mais sobre a história de seu desenvolvimento.

A história é contada na perspectiva de um documentário fictício, onde os integrantes da banda Daisy Jones & The Six comentam toda a trajetória da mesma e os fatores que levaram ao conflito fatídico acontecimento que resultou no encerramento da mesma. Sendo encabeçados pela própria Daisy Jones (Keough) e o vocalista Billy Dunne (Claflin), vemos o quão a relação entre ambos era mais complexa do que imaginávamos.

Imagem: Prime Video (Divulgação)

Não hesito em dizer que esta minissérie se sobressai não só por conta do carisma de todos os atores, mas também pelo quesito da trilha sonora ser um dos fatores que cativam o espectador desde seu princípio. Seja pela música cantada pela própria Daisy Jones & The Six, “Aurora” (que vem feito um breve sucesso) e a canção da abertura da atração “Dancing Barefoot”, de Patti Smith. Apesar desta ter sido lançada em 1979 (e a atração se passar alguns anos antes), muitas das outras músicas que compõem a trilha sonora tem este mesmo detalhe. Porém, não chega a ser um incômodo, uma vez que combinam com o estilo da narrativa.   

Sendo neta do Rei do Rock, a atriz Riley Keough realmente transparece os seus genes familiares ao interpretar uma cantora com tremenda naturalidade, em vários sentidos. Seja por intermédio de seus lados profissionais, amorosos e crises com drogas e afins. Tanto que não hesito que a mesma seja reconhecida em várias premiações como Emmy. O mesmo pode-se dizer de Sam Claflim, que tem dado azar de pegar poucos trabalhos que reconheçam seu talento como aqui.

Como menções honrosas, digo que o enredo ainda consegue desenvolver com maestria algumas subtramas com os integrantes da banda Karen (Suki Waterhouse, que é cantora na vida real e aqui interpreta a tecladista), Graham (Will Harrison) e Eddie (Josh Whitehouse). Com relação aos coadjuvantes de fora da banda, a esposa de Billy, Camila (Camila Morrone, que é enteada de Al Pacino fora das telas) e o empresário da mesma, Teddy Price (Tom Wright, cuja sua presença em cena já será suficiente para alavancar a sua carreira, em vários sentidos).

Porém, a atração continua com um erro que vem sendo constante em várias outras séries, que é pegar um episódio da temporada, com o intuito de focar exclusivamente em um coadjuvante. Aqui o foco é o casal Simone (Nabiyah Be) e Bernie (Ayesha Harris), pelo qual o foco narrativo nestas não acrescenta em absolutamente nada na narrativa. A sensação é que foi colocado este contexto, apenas com o intuito de cobrir uma “lacuna”.

Em aspecto técnico, o mérito também é da equipe de diretores, pois eles conseguem saber exatamente o que deverá ser focado, seja na tonalidade dramática, na execução das canções e até mesmo quando deve ou não ser executada a trilha sonora de fundo (tópico que muitos cineastas não estão sabendo mais usar) e até mesmo. A única sensação que você tem, é no trabalho de figurino e cenário terem sido genéricos demais. Datada a temática, ambos deveriam ter sido melhor trabalhados.   

Daisy Jones & The Six” termina sendo uma divertida série no universo musical, onde em seu término nos faz pedir mais um bis, de forma emocionante.

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