19/08/2022

CRÍTICA DE CINEMA

Crítica | Concorrência Oficial

Por Gabriel Fernandes em 19/08/2022 às 10:00

De vez em quando os serviços de streaming lançam produções realmente interessantes, mas sem muito alarde. O que foi o caso deste “Concorrência Oficial“, disponibilizado pelo Star+, que junta mais uma vez a dupla espanhola Antonio Banderas e Penélope Cruz, após inúmeras participações juntos. Tendo como um principal foco a crítica de como cineastas vão ao limite para conduzir seus atores, este filme dirigido pela dupla Mariano Cohn e Gastón Duprat (que também assinam o roteiro com Andrés Duprat), serve mais como reflexão do que entretenimento.

A história tem início quando Humberto (José Luis Gómez), um bilionário empresário, tem uma breve crise existencial e decide bancar um filme, mesmo nunca tendo feito isso. Para isso, ele contrata a diretora Lola Cuevas (Cruz), que não só lhe mostra que lhe entregará o projeto que ele tem em mente, como irá conseguir controlar a dupla de atores consagrados Félix Rivero (Banderas) e Iván Torres (Oscar Martínez).

Imagem: The MediaPro Studio (Divulgação)

Sim, durante a boa metragem deste filme são os três atores citados e toda a narrativa é concebida entre das situações mais caóticas o possível que poderíamos imaginar. Se não tivéssemos nomes como os citados, já adianto que esta ideia iria por água abaixo, uma vez que Cruz está nitidamente se divertindo em representar uma diretora a lá Maria Helena (seu papel em “Vicky Cristina Barcelona“, que lhe rendeu seu primeiro Oscar), enquanto Banderas e Martínez vivem claras versões satíricas deles mesmos.

Uma pena que o roteiro consiga extrair boa parte da graça, apenas para quem conhece ou vive no mundo do cinema e do teatro, não apenas pelo linguajar, mas também pelo limite que alguns deles se impõe para conseguir atingir a “perfeição” no tocante à atuação. Só que isso em determinado ponto, acaba cansando, pois o filme entra em uma espécie de looping, pelos quais poderiam ser cortados 30, dos 115 minutos totais. 

Concorrência Oficial” é uma grata surpresa do cinema espanhol, mas uma pena que foi feita apenas para os amantes do cinema e teatro.

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