14/12/2022

CRÍTICA DE CINEMA

Crítica | Aftersun

Por Gabriel Fernandes em 14/12/2022 às 10:00

Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes deste ano, “Aftersun” é mais um título que facilmente entra na leva de produções que irão sempre ser lembradas por se tratarem de um “diário de vida”, do seu protagonista. Escrito e dirigido por Charlotte Wells, temos uma produção que obviamente não teve uma história complexa, e aparentemente muito menos um roteiro.

A história mostra Calum (Paul Mescal) e sua filha Sophie (Frankie Corio) durante uma viagem anos atrás, quando ela tinha 11 anos, e como o período serviu para ela refletir sobre a personalidade de seu Pai.

Imagem: MUBI (Divulgação)

Wells opta por deixar a trama sendo retratada como um diário, e não deixa explicito algumas situações delicadas mostradas em seu enredo. Temas como depressão, alcoolismo e sexualidade, são retratados de forma “natural” (o que resultam em um choque momentâneo, datado o que havia sido mostrado um pouco antes).

Outro tópico bastante inteligente por parte dela, é a utilização de objetos, que servem como um verdadeiro quebra-cabeças, pelos quais posteriormente farão parte da história, para indiretamente mostrar como a situação X está atualmente. E para conseguir apresentar este parâmetro com sucesso, as atuações de Mescal e Corio estão excelentes, e realmente transparecem serem mesmo Pai e Filha (inclusive, esta merecia ser indicada ao Oscar).   

Aftersun” realmente é uma verdadeira aula de cinema, e mostra que é possível tirar uma história humana, sensível e até mesmo impactante.

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