27/09/2022

CRÍTICA DE CINEMA

Crítica | A Mulher Rei

Por Gabriel Fernandes em 27/09/2022 às 10:00

Certamente este é mais um daqueles casos onde a polêmica cerca o filme, quando começamos a pesquisar mais sobre seu verdadeiro enredo. Mesmo com “A Mulher Rei” mostrando a tribo de mulheres Agojie como verdadeiras heroínas, quando na verdade a tribo estava envolvida tráfico de escravos em meados de 1820, no sudoeste da Nigéria. Tretas à parte, estamos falando de um verdadeiro Blockbuster pipoca, ou seja, não espere nada digno de Oscar e sim uma aventura comum e bem conduzida por seus atores.

A história tem início em meados dos anos 1823, quando muitos homens eram escravizados e cada vez mais a população destes ficava menor na Nigéria. Nesta situação, as mulheres acabaram ficando em maioria e se juntaram para formar a tribo Agojie. Lideradas por Nanisca (Davis), onde após participar de uma batalha em uma aldeia, acaba convocando a agora órfã Nawi (Thuso Mbedu), para começar a desenvolver habilidades de batalha, com o intuito de poder lutar contra a tirania do Império Oyo.   

Imagem: Sony Pictures (Divulgação)

Começo enfatizando que o roteiro de Dana Stevens e Maria Bello procura estabelecer atmosferas já conhecidas no cinema, como da Jornada do Herói“, para estabelecer um enredo que consiga conquistar o espectador. Embora o recurso funcione, o ponto positivo é realmente a presença de Davis como protagonista, que consegue transparecer a todo momento sua importância e respeito entre todos os personagens. Apesar dela ter a cena um pouco ofuscada pela novata Thuso Mbedu (que provavelmente vai começar a crescer na indústria).    

Mas mesmo com isso funcionando, não foi apenas o problema que foi citado no primeiro parágrafo um grande descuido no roteiro (uma vez que ele poderia ter criado um enredo mais pé no chão, neste quesito), eles pegaram os ingleses Hero Fiennes Tiffin e Jordan Bolger para interpretarem os “brasileiros” Santo Ferreira e Malik (que possuem um sotaque carregado no português e um comportamento totalmente estranho para tais).   

Desviando do tópico citado um pouco, realmente a diretora Gina Prince-Bythewood (“The Old Guard“) não sabe conduzir cenas de ação e até mesmo criar uma atmosfera digna do gênero. Seja nas cenas de luta (que possuem vários cortes, que mostram o fato de nenhum ator do elenco saber lutar) ou até mesmo na colocação da trilha sonora de Terence Blanchard sendo usada de forma clichê para momentos chaves (sempre quando algo surge, um drama tá rolando e etc).    

Por mais que tenha alguns erros históricos gritantes, “A Mulher Rei” consegue ser um interessante e divertido Blockbuster, que irá entreter os fãs de longas como “Pantera Negra“.

Obs: durante a exibição da versão legendada, a mesma apresentou alguns erros que são culpa da Sony Pictures Brasil, pois haviam legendas/textos em branco, abaixo/sobrepondo legendas em português. Um descuido que acaba comprometendo a experiência de quem optou por conferir o mesmo nesta respectiva versão.

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