11/02/2023

LEONARDO GORISCAI, STARTUP, ECONOMIA, EMPRESAS

2023 será o fim das Startups?

Por Leonardo Goriscai em 11/02/2023 às 18:35

Quase todos os dias nos deparamos com notícias sobre desligamentos em massa que acontecem em diversas empresas de tecnologia, sendo elas startups ou não. Mas o que essa onda de demissões significa na prática? Quem ganha e quem perde com isso? Há uma solução para tudo isso? É isso que você vai ler nesse artigo.

Antes de respondermos qualquer uma destas perguntas, você sabia que em 2022, a bolsa de valores de São Paulo não realizou nenhum IPO? Esse fenômeno, não ocorria desde 1998. Um choque para todos ou uma cautela por parte de investidores neste momento de crise? A preopação por parte de investidores de todo mundo, estarão em foco primordial nos próximos anos.

Ter uma startup, negócio com grandes chances de crescimento exponencial, base de usuários e receita recorrente aliados a tecnologia são alguns dos pilares quando a gente pensa neste modelo de empresa.  

Por muitos anos ou talvez em toda existência deste modelo de negócio, o foco principal destas companhias era aumentar receita, aumentar base de usuários/clientes, ganhar escala, mas pouco se olhava para o fator de sobrevivência de qualquer negócio, que são os lucros. E uma coisa que todo mundo precisa saber sobre empresas: nenhuma sobrevive sem capital.

As demissões em massa na prática, principalmente no setor de tecnologia, estão extremamente ligadas a visão de eficiência operacional. Mas o que isso significa? Funções aliadas muitas vezes ao avanço da I.A, necessitaram neste momento de “alerta máximo” dos investidores, serem readequadas. Ou no português claro a equação: – pessoas + tecnologia = ou + produtividade. Estas empresas tiveram que olhar para o lado RH, antes que o pior acontecesse lá na frente. Pois como dito anteriormente, nenhuma empresa sobrevive sem capital.

É claro que o avanço da Inteligência Artificial não é o principal para estas demissões. O olhar clínico dos Founders, Ceo’s, Diretores e Conselho e toda operacionalidade admistrativa, tiveram que se voltar para aumentar ou apresentar margens positivas destes negócios, para que assim, em próximas rodadas de investimentos, pudessem então, principalmente não perder valor de mercado e continuar sua operacionalidade com mais estabilidade. E, até mesmo ter uma rodada de investimentos melhores que as anteriores.

Quem ganha e quem perde com isso tudo? Bom, investidores hoje estão mais cautelosos quando se falam em negócios. Eles acompanham mais de perto as tendências de mercado e não somente investem porque aquela ideia é prodígio. Investidores do ano de 2023, querem resultados. Reflexo disso, foi o que citei acima, 0 IPO em 2022 na B3. Pois é.

Os que mais tendem a ganhar com estas mudanças de comportamento são os próprios investidores e que mais perde são as companhias embrionárias que levarão mais tempo para se tornarem um unicórnio (empresa com valuation estimado a partir de U$$1bi) por exemplo.

Quando pensamos em solução para este cenário de crise mudar, um dos primeiros pontos que penso é na economia com todo, não somente a brasileira, pois diversas passam por momentos de recuperação, instabilidade e preocupação por parte de quem de fato investe em um negócio. Para uma mudança radical, a economia teria que acompanhar o novo momento que está por vir. Vejo que com uma economia melhor, taxas de juros mais baixas e maior estabilidade, este modelo de negócio vai avançar cada vez mais. Startups não vão acabar, estão muito longe de um fim, o que ocorre hoje é uma restruturação necessária, para que novos negócios surjam com mais segurança, capital e longevidade e os que já existem possam garantir sua operacionalidade e eficiência por mais tempo.

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