Uma pena que os responsáveis pela conclusão de 'It', que chegou esta semana aos cinemas, tenham optado por fazer um filme que em certos momentos beire o ridículo. E quando não é ridículo é chato e repetitivo. Tudo o que havia de bom no primeiro filme foi esquecido aqui. Lá a história era puro Stephen King, uma narrativa sobre amizade, companheirismo, infância e, só no fundinho, sobre o palhaço assassino sobrenatural Pennywise.
Aqui, o filme se sustenta explorando à exaustão a sequência dos monstrinhos aparecendo e infernizando os protagonistas, eles se repetindo de que aquilo não é real e os monstrinhos desaparecendo. Uma. Duas. Três, quatro, cinco vezes. Cada hora em uma forma mas sempre com a mesma dinâmica.
E o pior: o filme é interminável. São três horas exatas de repetição em cima de repetição, de aparições nojentas, de vermes e de personagens bem difíceis de se gostar, por mais que tentem ligá-los às suas respectivas versões infantis.
A história, por incrível que pareça, é bem fiel ao livro (enorme, de mais de mil páginas): 27 anos depois dos acontecimentos do filme original, o sexteto volta à cidade de Derry para enfrentar novamente a criatura que a cada ciclo de 27 anos acorda de seu sono, sai dos subterrâneos da cidade e mata, da forma mais cruel e sanguinolenta, dezenas de vítimas.
No fim, a sensação é de um filme trash, de orçamento limitado (o que não é o caso) e que passou longe daquele alívio que foi o filme de 2017, que provou que a maldição das adaptações de Stephen King para o cinema (quase todas muito ruins, com exceções como Carrie e O Iluminado) poderia acabar. Livros do Stephen King, tal qual livros do Nelson Rodrigues, por mais sensacionais que sejam, raramente são bem adaptados.
De bom, ou pelo menos divertido, estão a participação do próprio autor da história, Stephen King, em uma cena engraçadinha sobre a venda de uma bicicleta, e os easter eggs espalhados durante o filme e que fazem referência a clássicos do horror, como o próprio O Iluminado e A Hora do Pesadelo.
Meu comentário em poucas linhas: It 2 se parece muito mais com aquele lixo de adaptação dos anos 80 do que com o filme de 2017. Como eu disse, uma pena. Eu queria gostar como gostei do primeiro, juro.