Taxação de ultraprocessados divide opiniões sobre saúde e eficácia
Por Beatriz Pires em 01/01/2025 às 13:00
A popularidade dos alimentos ultraprocessados está em queda. Segundo uma pesquisa recente do Datafolha, 59% dos brasileiros apoiam a ideia de aumentar os impostos sobre esses produtos. O objetivo seria dificultar o acesso aos ultraprocessados, incentivando o consumo de alimentos naturais. Porém, a medida tem gerado questionamentos, principalmente entre especialistas em nutrição. Afinal, ela é realmente eficaz?
Refrigerantes, sucos de caixinha, salsichas, bolachas recheadas e macarrão instantâneo são exemplos de ultraprocessados. Apesar da praticidade, esses produtos possuem baixo valor nutricional e são ricos em açúcares, corantes, sódio e conservantes, o que pode levar a problemas como diabetes e colesterol elevado.
“O aumento de doenças crônicas relacionadas ao consumo de ultraprocessados é um problema mundial. Acredito que a taxação desses produtos não resolve a questão. O foco deve ser em políticas públicas de saúde”, opina a nutricionista Marilene Lopes.
Ela alerta que a taxação, apesar de parecer uma solução simples, pode ser ineficaz. O aumento no preço impacta principalmente as classes mais baixas, que podem migrar para produtos de qualidade ainda inferior. Por isso, é fundamental investir em outras políticas.
Entre as alternativas sugeridas por Marilene estão campanhas educativas e ações que promovam ambientes saudáveis em escolas e locais de trabalho. Além disso, ela defende maior incentivo ao consumo de alimentos in natura, como por meio de feiras livres e supermercados.
“Hoje, a maioria das pessoas já sabe dos riscos associados aos ultraprocessados. Educação e conscientização são as ferramentas mais importantes para mudanças efetivas”, conclui a nutricionista.