Padrasto acusado de espancar enteado de 4 anos é executado a tiros
Por Santa Portal em 05/10/2022 às 13:00
O homem acusado de espancar o enteado de apenas 4 anos, causando fratura em oito costelas e em um dos braços do menino, foi assassinado. Ex-presidiário, que cumpria pena por roubo em regime aberto, Julian do Nascimento, de 32 anos, foi morto com tiros no olho direito, nas mãos e no tórax. A criança continua internada na Santa Casa de Santos, mas já saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O corpo de Julian foi achado às margens do km 285+300 metros da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, no Parque das Bandeiras, Área Continental de São Vicente, na noite da última quinta-feira (29/9), mesma data em que criança deu entrada no hospital em estado grave. A violência contra o garoto aconteceu na residência do acusado, na Favela México 70, Vila Margarida.
Desde então, é ignorado o paradeiro de Júlia Cristina Pereira, de 24 anos, mãe do menino e suspeita de participação na violência contra o próprio filho. Em relação ao assassinato de Julian, inicialmente, desconfiava-se que o corpo encontrado às margens da rodovia fosse dele em uma razão da tatuagem de uma coroa no pescoço com a inscrição “Jair e Neide”. Os nomes são dos pais do padrasto agressor.
Para se ter certeza absoluta quanto à identidade da vítima, foram coletadas as suas impressões digitais e o Sistema de Legitimação à Distância (Lead) confirmou que o corpo é mesmo de Julian. Esta informação foi prestada ao Santa Portal nesta quarta-feira (5) pelo delegado Marco Antônio do Couto Perez, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Seccional de Praia Grande.
A forma como Julian foi executado revela indícios de ação típica dos “tabuleiros”, como são chamados os tribunais do crime organizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Na comunidade onde o ex-detento residia os comentários dão conta de que a sua companheira, mãe do menino espancado, teria sofrido idêntica retaliação à imposta ao padrasto da criança.
Júlia chegou a gravar um vídeo após ter agredido o próprio filho. Na filmagem, ela repreende o menino e diz que era para ele “não ranger os dentes” e que “ele não ia bagunçar na casa dela”. A violência ocorreu na quarta-feira da semana passada (28). Uma tia do garoto revelou o episódio nas redes sociais e o caso ganhou repercussão, gerando revolta e indignação pela covardia e crueldade.
O Santa Portal apurou que Julian foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão por roubo. Com uma réplica de pistola, ele e um comparsa assaltaram um homem, em 6 de março de 2014. A sentença da 2ª Vara Criminal de São Vicente foi prolatada em 16 de janeiro de 2017, mas a prisão de Julian só ocorreu em 11 de setembro de 2019. Em 14 de abril de 2020, ele progrediu para o regime aberto e foi solto. (EF)