Santos: paciente trata leucemia, precisa de plaquetas e família pede otimização do processo

Por Ted Sartori/#Santaportal em 21/01/2020 às 11:10

SANTOS – Rebeca Lodi, de 29 anos, trata leucemia amniótica aguda no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos. Embora a família elogie o local e o atenção dispensada por todos os profissionais, há preocupação natural por parte da família, pois ela necessita receber diariamente 18 bolsas de plaquetas por dia, sendo nove a cada 12 horas.

O processo para obtenção desse material acaba sendo um pouco demorado. O Hemonúcleo envia o sangue doado para São Paulo fazer o fracionamento dos compoenentes (plaquetas e hemácias) e, depois disso, é devolvido para o local. Uma máquina de aferese para uso transfusional facilitaria o trabalho, pois ela já realizaria a separação na hora.

“Paciente oncológicos normalmente precisam de muita quantidade de plaquetas e para fazer uma bolsa são necessários de 10 a 15 doadores mais ou menos de sangue convencional. Porém, se o banco de sangue tiver essa máquina e utilizá-la para doação de sangue, um único doador com uma taxa alta de plaquetas consegue coletar até duas bolsas de plaquetas”, explica Adriana dos Santos Carneiro Rodrigues, mestre e doutora em imunogenética pela Universidade de São Paulo, além de voluntária e coordenadora do Grupo Pró-Medula. “Esperamos que isso seja resolvido. A Rebeca já está curada, mas pensamos em outras pessoas. Nunca se sabe quando essa doença vai vir”, emenda Raquel Iodi, irmã de Rebeca.

Em novembro do ano passado, apareceram manchas roxas no corpo de Rebeca e ela não foi de imediato em busca de um médico, pensando que pudesse se tratar de estresse. No mês seguinte, veio o período menstrual e mais manchas, além do sangue estar estranho. Em 27 de dezembro, Rebeca foi à UPA de Guarujá e chegou a ficar internada no Hospital Santo Amaro, na mesma cidade. Uma semana depois, em 3 de janeiro, foi transferida para o Hospital Guilherme Alvaro. Depois de novas análises, em que se detectou o subtipo, uma medicação importada foi ministrada. Na sequência, uma semana a quimioterapia, dia sim e dia não, até quarta-feira (15). Desde então, as plaquetas foram sendo dadas.

“No sábado, ela não ia tomar plaqueta se não fosse a desistência de um paciente, mas veio uma quantidade menor: em vez de 9 em 12 horas, ela recebeu sete. Mas nossa indignação não é oom o hospital nem com as profissionais. Pediram para que mandassem 10 pessoas por dia para doação, para não virar bagunça. Mas nem todas conseguiram doar. Ou por que fizeram tatuagem, ou porque colocaram piercing ou estavam gripadas”, conta Raquel. “A família está fragilizada, mas a Rebeca está com a cabeça dela muito boa. Tem fé. Ela está super bem, mas por Deus e pelos medicamentos. Está em quarto isolado e com imunidade baixa. Há pessoas piores do que ela. Ela chegou a estar com 17 quando não trouxeram a plaqueta e o mínimo é 50. Mas tem gente com menos de 10”, emenda.

Adriana Rodrigues diz ter entrado com pedidos junto à Câmara dos Vereadores de Santos e no Ministério Público a respeito de todo o processo de fracionamento do sangue feito atualmente para todos os pacientes, mas ainda não obteve respostas. “A região metropolitana da Baixada Santista é a única do Estado que não tem máquina de aferese utilizada para doação de sangue. Só no Hospital das Clínicas, em São Paulo, existem 10 para uso transfusional”, alega. “Informaram que existe a máquina, mas para uso terapêutico”, completa Raquel.

A Secretaria de Saúde do Estado foi contactada a respeito do assunto e enviou a seguinte nota:

“O Hemonúcleo de Santos solicita à população que compareça ao serviço para doar sangue, gesto fundamental para ajudar a salvar vidas. A manutenção dos estoques contribui diretamente para a regularidade de tratamentos, como o da paciente Rebeca Lodi. Ela tem recebido as plaquetas regularmente e, somente ela, utiliza 18 bolsas por dia. Ou seja, apenas para atender seu caso, são necessárias doações de 18 pessoas diariamente. 

Por conta da alta demanda por plaquetas no último final de semana, excepcionalmente em um dia foi aplicada quantidade parcial na paciente, de forma a garantir que ela e outros pacientes pudessem ser atendidos. A paciente Rebeca segue internada, sem alterações no quadro clínico, e recebeu quantitativo integral de plaquetas na última segunda-feira (20). 

O Hemonúcleo de Santos possui o serviço de aférese, que é utilizado para tratamentos terapêuticos. Especificamente para plaquetas, é preciso que sangue passe por processamento mais complexo para a retirada das plaquetas, além de passar por exames e sorologia. 

O horário de funcionamento do Hemonúcleo é de segunda a sábado, exceto feriados, das 8h às 12h30″.

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