Salpas aparecem em praia de Santos e surpreendem banhistas
Por Santa Portal em 03/12/2021 às 11:21
Salpas apareceram na praia da Aparecida, em Santos, e surpreenderam banhistas. Parecidos com bolhas de água, os animais marinhos e transparentes foram confundidos águas-vivas por usuários do Facebook, na última quarta-feira (1º).
Em publicação feita pelo aposentado Wagner Augusto, de 53 anos, em um grupo, ele disse ter se assustado pela quantidade espalhada pela areia e pediu ajuda para identificar, visto que nem o salva-vidas conhecia a espécie. Nos comentários, muitos disseram ser águas-vivas e que era uma sorte não ter se queimado. No entanto, eram salpas.
De acordo com o coordenador de Biologia da Unisanta, Jorge Luis dos Santos, salpas são invertebrados pertencentes do filo chordata e têm um grau de parentesco com vertebrados. “Compartilhamos algumas características. As salpas são os mais simples organismos desse filo. São representantes com a forma ecológica de plâncton, ou seja, ficam à deriva das correntes, marés e ventos e outras dinâmicas hidrológicas dos oceanos. Dependendo das ações, podem se aproximar da costa e por consequência, praias”, explicou.
O formato gelatinoso, realmente, lembra uma água-viva, entretanto, não têm uma taxonomia semelhante. “O ciclo de vida também é diferente, a forma corpórea também é diferente e as águas-vivas são perigosas e algumas podem até levar a morte. As salpas não produzem células urticantes, por isso a manipulação ou contato direto não geram lesão ou incômodo”, disse.
Santos explicou que os animais não possuem movimentos próprios e têm uma abertura em uma das extremidades, por onde o alimento, organismos menores que elas, entra.
A aparição na Baixada Santista, para ele, é algo interessante e curioso. “A relação com o meio tem sido mais adequada do que era anteriormente. O aparecimento nessa época do ano é dependente de diversos fatores. A ocorrência mais ampla é no inverno, mas a visualização na praia pode ter períodos diferenciados. As salpas acompanham as correntes e vão se multiplicando muito rápido, conforme as condições”, relatou.
A distribuição pode estar espalhada ou se acumular. “Estão sempre presente, seja longe ou perto da costa. Há essa percepção da população por conta das imagens, mas sempre apareceram. As mídias sociais ajudam para viralizar. As pessoas confundem mesmo com as água-vivas, por isso aconselho evitar a manipulação. Pode ser perigoso”, aconselhou.