Primeiro ano do Engenhoka, de robótica educacional e arte, culmina na criação de trabalhos dos alunos

Por Santa Portal em 30/11/2024 às 13:00

Reprodução/Instagram
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Raciocínio lógico, imersão em momentos da História da Arte, viver a experiência de integrar um estúdio maker, fluindo por conhecimentos novos e assídua prática para ampliar horizontes. Durante quatro meses pode ser resumida assim a rotina dos 400 estudantes que encerram em dezembro a primeira turma do Engenhoka, projeto de robótica educacional e História da Arte, que mobilizou seis escolas públicas dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Para apresentar publicamente seus trabalhos de formação, os estudantes integram uma série de eventos em suas instituições de ensino dos dias 3 a 16 de dezembro.

Idealizado pelo Instituto Burburinho Cultural, o Engenhoka conta com patrocínio da Fundação Siemens, Google Brasil, Digix, Simpress, Wilson Sons e Petronas. O projeto pedagógico foi desenvolvido pela PiCode a partir de um mapeamento da História da Arte feito pela curadora Fabiana Moraes, professora brasileira que é radicada na França há 20 anos.

Para Priscila Seixas, presidente do Instituto Burburinho Cultural, o Engenhoka amplia as fronteiras do que o Instituto Burburinho Cultural vem realizando através de várias iniciativas, implantadas no contraturno das aulas, na rede pública em todo o Brasil. “A inclusão da robótica educacional e da História da Arte formam um instrumento poderoso por permitir o desenvolvimento de habilidades essenciais para o mundo atual. A robótica, por exemplo, vai muito além do uso de máquinas; ela ensina pensamento crítico, trabalho em equipe e resolução de problemas de forma prática, habilidades indispensáveis tanto para o mercado de trabalho quanto para a vida”, destaca.

Diretor de projetos do Instituto Burburinho Cultural, Thiago Ramires organizou a estrutura e a equipe multidisciplinar, dentro e fora do Brasil, para dar forma ao Engenhoka. “Diante dos resultados, que acompanhamos de forma contínua, os alunos foram estimulados pelas disciplinas que dão base ao projeto, como ciências, artes e matemática. Torna-se evidente que tudo convergiu, também, para tornar a presença na escola pública mais estimulante”, pontua Ramires.

A curadora Fabiana Moraes, que vive e trabalha na França há 20 anos, destaca: “Reunimos uma lista com conceitos-chave e exemplos que viessem a enriquecer vocabulário dos professores e a imaginação dos alunos. Num primeiro momento, esperamos informar, formar, transmitir conhecimento, a partir de um olhar crítico, entendendo cada aluno como sujeito, repleto de singularidades”.

Método

O método, descrito num kit para cada aluno, partiu da premissa de apresentar artistas desde o século XV como Leonardo da Vinci, passando por Alexander Calder, Marcel Duchamp até Lygia Clark, Abraham Palatnik e Vik Muniz, sempre seguindo o método de apresentar um momento da História da Arte, sugerindo exercícios e em sequência a materialização de um objeto. Cinco módulos compõem o Engenhoka que será realizado em 2025 em colégios e escolas de outros estados do Brasil.

A iniciação aborda um processo experimental com todos os temas envolvidos no projeto. No segundo módulo, dá-se a prática de realizar o Pássaro Autômato, em que obras de artistas servem de referência para reflexão dos alunos sobe construção e movimento. Por exemplo, Calder e seus Móbiles, aludindo a questões de mecânica e movimento (relacionado à arte cinética). Na sequência, uma luminária criativa ganha forma, partindo da premissa de conhecer a arte e aplicar num trabalho. O penúltimo módulo trata do planejamento de uma escultura usando eletrônica, movimentos, interações com programação e automação para, finalmente, planejar um trabalho em grupo em consonância com o conteúdo apresentado. O resultado é uma escultura 3D feita em grupo.

De acordo com os representantes da PiCode, o grande diferencial do Engenhoka é estabelecer uma rotina em que os alunos recebem contextualização da História da Arte, passam por aquisição de repertório e colocam em prática através de projeto real. A lógica é conhecer elementos da arte, elementos mecânicos e eletrônicos. Por fim, essa lógica integra uma trilha evolutiva.

Referência em projetos de impacto sociocultural unindo educação e tecnologia, o Instituto Burburinho Cultural (@burburinho_cultural) planeja multiplicar em 2025 o Engenhoka (@projetoengenhoka) instituições da rede pública de ensino. Cada escola envolvida em 2024 recebeu o estúdio maker completo impressoras 3D, tablets, mobiliário, boxes de livros e material pedagógico.

No primeiro ano do Engenhoka as seguintes instituições públicas de ensino passaram pela formação: Rio de Janeiro: Colégio Estadual Souza Aguiar, no Centro da capital, Colégio Estadual Zuleika Raposo Valladares, em Niterói; no estado de São Paulo: E.T.E.C. Profª Ermelinda Giannini Teixeira, em Santana de Parnaíba, E. E. Alessandra Cristina Rodrigues de O Pezzato Profª, em Jundiaí, E.M. Dr. Gladston Jafet, no Guarujá, e EMEF Jayro Ramos, em Pirituba. Ao longo do percurso formativo, três fases estruturam a transmissão de conhecimento.  

Projeto aprovado na Lei de Incentivo à Cultura, o Engenhoka conta com patrocínio da Fundação Siemens, Simpress, Digix, Wilson Sons, Petronas e Google, e é realizado pela Burburinho Cultural e Ministério da Cultura, Governo Federal – União e Reconstrução.

Programação dos eventos nas instituições de ensino público em dezembro

03/12 – Guarujá

05/12 – Santana de Parnaíba

10/12 – Pirituba

11/12 – Guarujá

16/12 – Niterói

16/12 – Rio de Janeiro

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