Parlamentares protestam em rodovia contra pedágios 'free flow' no litoral de São Paulo
Por Santa Portal em 31/07/2025 às 20:00
Com apoio de moradores locais, vereadores da Baixada Santista e o deputado estadual Caio França (PSB) participaram, na manhã desta quinta-feira (31), de uma manifestação contra a instalação de pedágios no modelo “free flow” na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O ato ocorreu no km 292,9 da via, no sentido oeste, e provocou interdição parcial da pista por cerca de duas horas.
A mobilização foi pacífica e reuniu cerca de 80 pessoas, segundo a Concessionária Novo Litoral (CNL), responsável pelo trecho. Não houve registro de vandalismo ou incêndios. A terceira faixa e o acostamento foram bloqueados entre 10h49 e 12h30, provocando congestionamento de quase dois quilômetros.
As críticas se concentraram na previsão de instalação de 15 pórticos de pedágio eletrônico ao longo de 212 km, entre Pedro de Toledo e Praia Grande. O modelo de cobrança automática com câmeras e sensores, que dispensa cabines físicas, está previsto no contrato firmado entre a CNL e o Governo do Estado. O valor estimado por passagem é de R$ 2,00, com descontos progressivos para usuários frequentes.
De acordo com o deputado Caio França, o sistema penaliza a população que utiliza a estrada diariamente para atividades essenciais. Aliás, o parlamentar lançou um abaixo-assinado contra a instalação dos novos pedágios, que já contabiliza mais de 21 mil assinaturas.
“É uma região que hoje não tem nenhum pedágio, e agora querem impor uma média de cobrança de quase R$ 15 por dia a mais para quem vai trabalhar, estudar ou fazer tratamento médico. Isso é um absurdo. Vim aqui, junto à União dos Vereadores da Baixada Santista, para mostrar a indignação e pedir que o governo possa recuar nessa ideia esdrúxula, assim como já recuou em outras regiões administrativas”, declarou.
A União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs) também critica a falta de consulta prévia às Câmaras Municipais antes da execução do projeto. A entidade defende diálogo direto com a concessionária e alerta para impactos econômicos no comércio, turismo e custo de vida das cidades litorâneas.
Segundo o contrato de concessão, a cobrança só terá início após a conclusão de obras obrigatórias de infraestrutura, como ciclovias, marginais e novos acessos. De acordo com o cronograma, os primeiros pórticos devem ser ativados entre 2025 e 2027, nos trechos entre Pedro de Toledo e Itariri.
Já os segmentos urbanos de Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Praia Grande só receberão os equipamentos a partir de novembro de 2028, no quarto ano da concessão.