Orla de Santos é fechada para circulação; fitas zebradas e gradis são colocados

Por #Santaportal em 04/04/2020 às 16:27

CORONAVÍRUS – A Prefeitura conclui no início da tarde deste sábado (4) a interdição de todo o calçadão da orla, desde a Ponta da Praia até o Emissário Submarino (José Menino). O trabalho começou a ser realizado por volta das 7h, liderado pela Guarda Municipal, cumprindo o decreto municipal anunciado na noite de sexta-feira (3), para conter a evolução do coronavírus na Cidade.

Os gradis estão instalados em toda a extensão do calçadão e adentram também perpendicularmente para impedir o acesso de pessoas ao jardim.

A reportagem da Santa Cecília TV acompanhou uma parte do trabalho de fiscalização entre os canais 1 e 4, por exemplo, e não havia pessoas transitando no calçadão no início da tarde de hoje.

A proibição tem validade de uma semana, podendo ser ampliada ou flexibilizada após esse período, de acordo com a evolução dos contágios. Já a ciclovia fica limitada àqueles que utilizam bicicleta para trabalhar, ficando vetada para atividades esportivas, turísticas e de lazer.

Mais de 60 integrantes da guarda municipal fiscalizam o cumprimento da determinação, além de 15 viaturas, motos, quadriciclos e drones, por toda a extensão da orla.

Para controle do acesso, também foram utilizadas fitas zebradas para isolamento da área. Igualmente para ampliar a conscientização dos munícipes, um carro de som vem transmitindo instruções de prevenção e panfletos informativos serão distribuídos aos moradores dos edifícios da orla. Em caso de desrespeito às determinações, a Polícia Militar poderá ser acionada, com respaldo do artigo 268 do Código Penal, que prevê pena de detenção e multa.

O secretário de Segurança, Sérgio Del Bel, que acompanhou o trabalho nesta manhã, apelou para a consciência e responsabilidade de cada um. ?Percebemos que a maioria dos cidadãos entenderam a medida, que teve que ser tomada porque alguns ainda desafiam o coronavírus. Neste sábado, vários não sabiam da interdição do calçadão e estamos informando e pedindo compreensão. O fato não se resume em ir correr ou andar, formam-se aglomerações. Você pega o elevador, encontra com o vizinho, enfim, há maiores riscos?.

Ele frisou, ainda, que desde 2017 a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) outorgou à Prefeitura de Santos a gestão da faixa de areia da orla por 20 anos.

Situação de rua
Na ação desta manhã houve, ainda, equipe para abordar pessoas em situação de rua, com equipamentos de proteção individual especiais (macacões e máscaras), bem como termômetro infravermelho, que não precisa encostar na pessoa e cujo resultado sai em torno de dez segundos. Caso a temperatura esteja acima do normal e a pessoa apresente sintomas, será acionado o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que faz o atendimento pré-hospitalar.

O socorrista José Luiz Bioni, há 20 anos atuando no Samu, e o condutor Salviano de Oliveira Filho, estavam a postos para atender. ?Na ambulância temos maca, prancha rígida, desfibrilador, termômetro, oxímetro (mede oxigênio no sangue), entre outros itens importantes. Fazemos o primeiro socorro e avaliamos. Se for caso extremo, aciona-se o SAV, que é o Samu dotado de UTI, com médico, enfermeiro e socorrista.?

Responsabilidade
O prefeito Paulo Alexandre Barbosa explicou a medida, em rede social, na noite de sexta (3). ?Adotamos medidas importantes de restrição à faixa de areia e a população vem respeitando. Mas, no calçadão, a gente não viu a mesma adesão. Então, vamos restringir também, em virtude do aumento dos casos de Covid-19 no Brasil. Chegamos a quase 10 mil, com mais de 400 mortos. Em Santos, já há quase 100 casos confirmados.?

Ele ainda alertou: ?Faltam insumos e leitos. Há uma corrida dos municípios para preparar a rede hospitalar. Portanto, nesse momento, o recomendável é a prudência. O isolamento é a maior arma que temos no mundo inteiro?.

Para ele, a medida deve conscientizar quem ainda utilizava a orla para práticas esportivas e de lazer. ?Há uma minoria de pessoas que ainda não têm consciência do risco a que estão submetendo a si mesmas e aos próprios familiares. Aqueles que hoje estão correndo no calçadão, amanhã podem estar correndo por uma vaga de UTI. E isso é o que a gente não quer. Estamos agindo com absoluto rigor e responsabilidade. Precisamos zelar pelo direito à vida?.

A favor
Moradores que passavam de carro na avenida da orla, na altura da Avenida Conselheiro Nébias, deram opinião sobre a medida de interditar o calçadão.

?Concordo. Estamos numa pandemia e o pessoal está abusando. Estou indo para o mercado agora, sempre que saio de carro, quando necessário, vejo muita gente na rua?, disse Patrícia Antônio, 32, da Vila Belmiro.

Já José Luiz da Silva, 56, que levava uma pessoa para o hospital, afirmou que as pessoas não estavam respeitando e que não havia outro jeito a não ser restringir também o calçadão. De máscara, Marcelo de Figueiredo, residente no bairro Aparecida, lamentou que só funcione assim. ?As pessoas não se conscientizam, só entendem quando proíbe.?

noticia202044274465.jpg

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.