Novas formas de praticar a leitura ganham espaço entre os jovens
Por Anna Clara Morais em 11/11/2024 às 06:00
Ao longo dos anos, ler tem se tornado um hábito cada vez mais incomum entre as pessoas, especialmente entre os jovens brasileiros. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro, Itaú Cultural e IBOPE Inteligência, em 2023, apontou que o Brasil tem uma média anual de 4,96 livros lidos por habitante. Desses, apenas 2,43 são lidos do começo ao fim. Os países em que as pessoas mais leem são Finlândia, com 14 livros por ano, o Canadá (14) e a Coreia do Sul (10).
Mas, como no mito “A Caverna de Platão”, ler é uma maneira de se desprender das correntes em que a sociedade coloca nas pessoas e ver o mundo como ele realmente é, fora das sombras.
Praticar a leitura é uma forma de adquirir conhecimento e se livrar da ignorância, seja lendo histórias em quadrinhos, livros de ficção ou guias políticos, qualquer leitura é válida, o importante é manter a cabeça ativa.
Para Amanda Azevedo, de 23 anos, o interesse pelos livros surgiu de forma inusitada e despretensiosa e desde então, o amor só cresceu.
“Eu comecei a ter interesse na adolescência. Comecei lendo os livros da saga Percy Jackson e foi uma conexão imediata, não consegui parar mais”, conta Amanda.
E a leitura, apesar de parecer ser uma prática muito individual e até “solitária”, pode ser feita em grupo e com um toque divertido. A jovem, que é rodeada de amigas que possuem essa paixão em comum, decidiu colocar a ideia em prática e inovar, criando o próprio clube do livro com as companheiras.
“Todas nós sempre tivemos vontade de participar de algum clube do livro e então pensamos ‘por que não montamos um do nosso jeito?’ e dessa forma, nos juntamos e criamos nossas próprias regras. Temos um mês para ler o livro e nos encontramos no final do mês, ou quando não dá, fazemos uma ligação, ou até mesmo falamos sobre em um grupo no WhatsApp”, complementa Amanda.
Além disso, a prática funciona como um escapismo para o leitor, que pode mergulhar em uma história diferente da sua realidade e faz com que ele se imagine dentro de um mundo distante e viaje junto aos personagens.
“Eu sempre vou querer um momento para segurar as páginas, ficar conectada. As histórias me ajudam a abstrair o que está acontecendo na vida real. Me ajudam a me entender, às vezes, quando me identifico com um personagem”.
Apesar de alguns livros terem páginas cheias de orelha e amareladas, há outras formas mais atuais de consumir obras literárias atualmente, como os PDFs para ler nos aparelhos eletrônicos, Kindle para levar a qualquer lugar e em qualquer horário e outros aplicativos, como o Fable, uma comunidade literária online, em que a leitura se torna uma atividade compartilhada, quem está no seu clube pode fazer comentários a cada capítulo e desfrutar da experiência.