Nevoeiros voltam a ocorrer na Baixada Santista nesta terça-feira; entenda
Por Marcela Ferreira em 26/07/2022 às 06:01
A Marinha emitiu um novo alerta para a ocorrência de nevoeiros no litoral a partir desta terça-feira (26), desde a madrugada, com possibilidade de ocorrer à noite também. O aviso vale para toda a Baixada Santista.
De acordo com o boletim emitido pela Marinha, o fenômeno, que vem ocorrendo nos últimos dias na região, acontece devido à elevada umidade relativa do ar, associada a baixas temperaturas e à superfície do mar mais fria.
O evento climático acontece na faixa litorânea entre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, de Arroio Chuí (RS) até Laguna (SC) e na faixa litorânea entre os estados de Santa Catarina e de São Paulo, de Florianópolis (SC) até Ilhabela (SP), entre a madrugada e a tarde do dia 26 de julho; e na faixa litorânea do Estado do Rio de Janeiro, entre a capital e Maricá, incluindo o interior da Baía de Guanabara, entre a madrugada e a manhã do dia 26 de julho.
O alerta serve para os navegantes e praticantes da pesca e de esportes aquáticos, que devem checar a previsão antes de entrarem no mar.
Especialista explica o fenômeno
De acordo com o climatologista Rodolfo Bonafim, da ONG Instituto Amigos da Água, os nevoeiros são comuns nesta época do ano, mas esses eventos têm ocorrido com menor frequência e intensidade na Baixada Santista, como nos últimos dias.
“O nevoeiro é uma coisa comum nessa época do ano, só que esse ano está até mais generoso. A situação está mais calma esse ano, porque tem anos que o nevoeiro persiste, como aquele nevoeiro que começa às 5h ou 6h e vai até meio-dia, às vezes fica quase o dia inteiro, ou então fica até meio dia, aí o Sol aparece, aquele solzinho murcho. E depois, volta a escurecer de novo, e a névoa toma conta”, diz.
Bonafim explica que o fenômeno é causado pela diferença das temperaturas. “Um nevoeiro de mar, também chamado de nevoeiro de advecção, é formado por um encontro de uma massa de ar que vem do interior, do continente, que vem lá do Mato Grosso, passa pelo interior do estado de São Paulo e chega aqui aquecido. Quando desce a serra, encontra a água do mar aqui na nossa costa mais fria nessa época do ano.”
Com a passagem de diversas frentes frias pela região, a água do mar sofreu queda na temperatura, e por isso, forma-se o nevoeiro. Neste ano, a queda de temperatura não foi tão acentuada, e por isso a formação da neblina tem sido discreta, segundo o especialista.
“Ele se forma de manhã e nas primeiras horas pode até parar por algum tempo a travessia das balsas no canal do Estuário de Santos e também no canal de Bertioga, entre Guarujá e Bertioga. O problema maior é o Porto, porque quanto mais tempo o Porto ficar parado, é prejuízo. Então é isso que é o grande problema do nevoeiro. É um nevoeiro de mar, e é preciso ter cautela na navegação, que fica prejudicada”, recomenda
Ainda assim, o fenômeno não é motivo de preocupação, já que não deve ser intenso. “Neste ano, eu não vejo um nevoeiro persistente por enquanto, porque a temperatura da água do mar ainda não está suficientemente baixa para formar nevoeiros como em outros anos”, finaliza.
