Mulheres pretas transformam a moda na Baixada Santista

Por Beatriz Pires em 20/11/2024 às 19:27

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Ancestralidade, força e poder. Essas palavras definem a essência das mulheres pretas e são a base de histórias inspiradoras que merecem ser contadas. No Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20), o convite é para refletir, reconhecer raízes e exaltar quem transforma desafios em conquistas.

Na Baixada Santista, empreendedoras negras estão marcando seu espaço na moda, unindo identidade cultural, criatividade e muito estilo. Conheça as histórias por trás de marcas que não só vestem corpos, mas também contam histórias e celebram a ancestralidade.

Creuza Maria da Silva 

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Para Creuza Maria, a aposentadoria não foi um fim, mas um recomeço. Inspirada por sua mãe e pela primeira princesa negra da Disney, ela deu vida à Tiana Moda Afro, uma marca que é um verdadeiro ato de resistência e celebração.

Combinando tecidos africanos tradicionais como Capulana e Ankara com um toque de modernidade, a Tiana Moda Afro aposta em cores vibrantes e peças que quebram barreiras de gênero e etnia. Mais que moda, é um convite para vestir representatividade e empoderamento.

“A moda afro resgata a valorização da cultura africana e eleva a autoestima das pessoas pretas. É sobre se enxergar, se reconhecer e se orgulhar”, diz Creuza, que enfrentou um AVC recentemente e agora vive uma nova fase de reconstrução. “Descobri que nasci para ser protagonista da minha própria história, e não coadjuvante.”

Kelly Aguiar 

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A jornada de Kelly Aguiar na moda começou há mais de uma década, e a Kelluma Store é o reflexo de sua dedicação e paixão. Para ela, empreender é um desafio constante, mas também um terreno fértil para criatividade e inovação.

“A curadoria da Kelluma une beleza, fluidez e estilo. Nossas peças têm cores vibrantes, estampas marcantes e modelagens diferenciadas. É uma marca plural, pensada para corpos e estilos diversos”, explica Kelly, que transformou sua experiência no varejo em uma identidade forte e autêntica.

Mais que uma marca de moda, a Kelluma é um símbolo de resistência. “Mulheres pretas enfrentam barreiras em todas as áreas. Precisamos provar nossa competência e a qualidade do que fazemos, mas também precisamos lembrar do nosso protagonismo histórico no empreendedorismo. Somos herdeiras de mulheres que moldaram a economia com coragem e criatividade.”

Camila Araújo

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Camila Araújo encontrou na transição capilar a inspiração para criar a Chinua. Diante da dificuldade de encontrar acessórios que representassem sua essência, decidiu fazer suas próprias peças. Assim nasceu a marca, que carrega um nome poderoso: Chinua, ou “bênçãos de Deus” em africanês.

Hoje, a Chinua vai além de turbantes e brincos, é uma marca que já ganhou espaço nas passarelas da New York Fashion Week e em eventos internacionais, como o Festival de Petrônio, na Colômbia. Cada peça carrega uma história, um propósito e um toque de ancestralidade.

“Quero que outras mulheres saibam que têm o direito de ocupar todos os espaços. O mundo está cheio de possibilidades. Acredite na sua força e no poder das suas raízes”, incentiva Camila, que sonha em ampliar a marca e inspirar ainda mais pessoas.

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