Mulher espera 5 dias sem conseguir vaga para parto e bebê "nasce morto" em Bertioga

Por #Santaportal em 17/12/2020 às 16:29

BERTIOGA – A doméstica Maria José Sacramento deu entrada ao Hospital de Bertioga na última quinta-feira (10), após a bolsa estourar. Com 32 semanas de gestação, os médicos não puderam realizar o parto por falta de uma incubadora. O marido de Maria José afirma que quando o parto foi realizado a criança estava morta, após cinco dias de espera por uma vaga em uma maternidade da Cidade.

“Eu cheguei por volta das 17h em casa e pouco tempo depois a bolsa estourou, fomos para o hospital e o médico me aconselhou a ir em algum de Santos, dizendo que ali não havia condições de nascer um bebê prematuro”, contou Moizes Ferreira, esposo de Maria José.

De acordo com o marido, eles tentaram que o hospital disponibilizasse uma ambulância, mas a resposta era que estava indisponível. Por isso a saída foi deixar a gestante internada no local, já que eles não conseguiriam se deslocar sozinhos.

Nada foi feito até a manhã da última terça-feira (15), quando Maria acordou com dores e foi necessário realizar a cesárea. A recém-nascida já estava morta quando os médicos a pegaram. Na certidão de óbito diz que a causa foi descolamento de placenta.

“Eles não dão muita explicação. Minha filha nasceu morta, eu tive que agilizar com o velório e enterro. E minha esposa continua internada porque perdeu muito sangue”, relatou Ferreira. Maria ainda nos contou que está com a pressão alterada e isso também a impede de receber alta.

Durante o pré-natal realizado no posto de saúde do bairro em que moram, o Indaiá, tudo correu bem. Maria precisou ser internada devido a um sangramento, que também não foi bem explicado pelos profissionais do hospital.

Em setembro, houve um caso parecido no mesmo hospital e ouviram também do mesmo médico que o recomendado era procurar um hospital em Santos. Por sorte, Bruna Macedo e Bruno Garcia tiveram condições de ir à cidade vizinha e Enzo Gabriel nasceu. Já Maria e Moizes estão precisando lidar com a dor de perder a filha, antes mesmo de poder pegá-la no colo.

Em nota, o Hospital disse que por ter sido um caso de alta complexidade solicitaram a transferência para outra unidade por meio da Central de Regulação do Estado (CROSS), já que a UTI do Hospital é apenas para pacientes com a Covid-19, e a vaga não foi concedida.

“Após estabilização, a paciente foi cuidada física e psicologicamente pela equipe médica, de enfermagem, assistente social e psicóloga. O Hospital Municipal de Bertioga lamenta o ocorrido e segue à disposição da família para quaisquer outras informações”, conclui a nota.

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