Mulher adotada em Curitiba procura por mãe biológica em SV: ‘Só quero abraçar’
Por Vanessa Ortiz em 27/05/2022 às 06:35
O sonho do reencontro e a angústia de não conhecer a mãe biológica perseguem o dia a dia de Priscila Aparecida Silva, de 37 anos. A mulher mora em Curitiba, onde foi doada com apenas nove meses de vida, mas ela tem esperança de encontrar a genitora na cidade de São Vicente, onde nasceu na Maternidade São José.
Em entrevista ao Santa Portal, Priscila conta que a mãe adotiva queria muito ter uma menina, pois já tinha três filhos meninos, e buscou pela adoção em um orfanato da cidade. Nesse meio tempo, em agosto de 1985, uma amiga da família ouviu na rádio que uma mulher estaria doando uma criança na Rodoviária de Curitiba.
“Minha mãe e meu pai (adotivos) foram para lá. Conversaram com ela, que me entregou, junto do meu registro. Minha mãe já é bem velhinha, então ela só lembra que eu nasci em São Vicente, e que a moça morava em Santos”, explica Priscila.
Segundo ela, seu nome original de batismo era Adriana Aparecida Ribeiro, e a filiação ficava por conta somente de Jurema Aparecida Ribeiro. Após a adoção, um novo registro foi realizado, com o nome de Priscila.
“Ela quis manter meu nome do meio”, afirma ao dizer que a mãe adotiva nunca escondeu a adoção e também não foi contra a procura pela genitora. Ela até lhe entregou o registro antigo, que foi mantido até pouco tempo atrás. No entanto, em uma de suas mudanças, Priscila perdeu o documento com os dados dos avós, e isso dificultou ainda mais a procura pela mãe biológica.
Poucas condições
Priscila afirma que, pelo que se sabe, a genitora não tinha condições de criá-la e por isso a entregou para a atual família. Por alguns anos, isso a deixou revoltada, até que há 13 anos, teve que tomar a mesma atitude, pois também não tinha possibilidade financeira para cuidar do filho.
“As pessoas falam para não correr atrás, porque ela me abandonou, mas a gente não sabe da necessidade. Eu também doei um (filho) há 13 anos. Depois que aconteceu comigo, percebi que as pessoas doam porque não podem manter”, diz ao revelar que mantém contato com o filho, hoje adotado por outra família.
Redes sociais
Em busca da mãe, ela passou a buscar nas redes sociais algo que levasse ao possível paradeiro de Jurema. Após postar em uma página, recebeu informações de, ao menos, 13 mulheres com o mesmo nome da mãe, mas nenhuma de fato era ela.
Por estar debilitada e com problemas de saúde devido a tumores que tem no esôfago, estômago e intestino, chegou a pensar em desistir da procura, mas pensar no abraço da mãe a motiva. “Eu quero muito encontrá-la antes de acontecer algo. E se eu morrer e não chegar a conhecer ela? Eu só quero abraçar e conhecê-la. Meu coração está muito apertado”, finaliza.