Moradores denunciam constantes ataques de abelhas no Canal 3
Por Carolina Iglesias em 19/08/2020 às 10:45
COLMEIA NO CANAL 3 – Moradores do Canal 3, em Santos, têm sofrido constantemente com ataques de abelhas, desde que uma colmeia se abrigou em uma árvore no bairro da Encruzilhada, há cerca de um ano. A aparição dos insetos já foi comunicada à Prefeitura, que informou já ter contratado um apicultor para o manejo das abelhas.
A professora Danielle Lopes, de 47 anos, relata que diariamente é surpreendida por abelhas na sacada do apartamento onde reside, no trecho entre a Avenida Washington Luiz com a Rua Guedes Coelho. Apesar do edifício ficar um pouco mais distante da árvore onde está abrigada a colmeia, ela conta que os ataques destes insetos virou rotina em seu apartamento, quase todas as noites.
As abelhas aparecem quase todas as noites quando acendemos as luzes e acabam morrendo dentro de casa. São várias. Às vezes 5, 10 ou até mais.
A docente, que transformou a sacada do imóvel no local em que dá aulas, foi atacada por um inseto na última semana.
Tenho trabalhado na varanda até tarde da noite. Então as luzes ficam acesas por muitas horas. Na terça passada, uma abelha veio na minha perna. Eu me mexi e ela me picou. Uma semana depois, ainda está vermelho e coçando muito. Penso se fosse com uma criança, ou se eu fosse alérgica. Seria pior ainda, lamentou.
Quem também tem sofrido com a aparição das abelhas é a advogada Mellyssa Matos, de 25 anos. Ela, que reside no mesmo prédio que a professora, afirma que, mesmo deixando todas as janelas fechadas e morando no 18º andar, as abelhas costumam passar pelo vão e entram no apartamento. A situação, segundo ela, já dura mais de um ano.
Aqui em casa, sempre aparecem muitas abelhas, mesmo eu morando no 18° andar, que em tese, seria mais difícil delas subirem. Na minha casa, elas vem quando está escuro, porque a luz as atrai. Já chegou ao absurdo de em um único dia virem mais de 30 abelhas.
Ainda conforme a advogada, no dia em que ocorreu o aparecimento dos insetos, ela chegou a acionar o Corpo de Bombeiros. Eles me disseram que não podiam fazer nada, já que as abelhas são protegidas por leis ambientais. Por conta disso, estariam impedidos de atuar nesse caso. Me orientaram então a procurar um apicultor particular.
Apesar de a advogada nunca ter sido atacada, ela relata que um incidente envolvendo seu cachorro, em 2018, fez com que ela se preocupasse com a colmeia e conversasse com outros moradores. O animal foi atacado pelo inseto na boca, o que gerou uma reação alérgica, que casou várias feridas no rosto do cãozinho.
Eu conversei com alguns moradores na época sobre a questão das abelhas, e alguns disseram que haviam feito reclamações na ouvidoria da Prefeitura. No dia 23 de julho, eu mesma registrei uma reclamação. Como tenho dois cachorros e duas gatas, tenho medo que aconteça algo com eles”.
Animal engoliu inseto
A servidora pública Carla Cristina Dias também relata já ter sido vítima dos insetos. Segundo ela, recentemente, sua cachorrinha engoliu uma abelha e acabou adoecendo.
Ela estava brincando, tentando pegar a abelha quando acabou, sem querer, engolindo. Tivemos que levá-la ao veterinário porque ficou com a garganta meio ruim também e tínhamos medo que ela pudesse ter alguma crise alérgica, menciona.
A servidora conta ainda que precisa manter a casa toda fechada para evitar ser atacada pelos insetos. Ainda assim, não conseguiu escapar de também ser picada. Eu fui picada dormindo. O quarto já estava fechado, mas ela já devia estar lá dentro. Quando fui deitar, acabei sentindo algo na minha perna. Quando fui ver, ela estava lá, embaixo do lençol.
Extermínio é crime ambiental
De acordo com o major do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, Marcio Sergio Carnivali, a partir do momento em que um enxame de abelhas for observado, ele não deve ser exterminado, pois isso configura crime ambiental.
Elas só irão se tornar agressivas, a partir do momento em que se sentirem ameaçadas, afirma.
Caso estejam agressivas, atingido pessoas e animais, pessoas, é necessário acionar a emergência do Corpo de Bombeiros, por meio do telefone 193.
Uma viatura se deslocará com pessoas que têm roupa de aproximação e estão totalmente paramentadas. Em paralelo também é importante acionar a prefeitura. Não se faz extermínio de abelhas, com uma única exceção, colocando em risco a vida de pessoas e animais, ressalta.
O major do Corpo de Bombeiros ainda faz um alerta para quem for picado pelo inseto. A pessoa que for picada, de imediato, deve procurar atendimento médico e não realizar nenhum tratamento milagroso, porque algumas pessoas não sabem que podem ter alergia. E alergia é grave.
Ainda conforme Carnivali, a captura de abelhas sempre deve ser realizada no período da noite, quando os insetos estão mais adormecidos. Isso evita riscos para os bombeiros e também para a população. Mas, lembramos que o ideal é sempre fazer essa captura através de um apicultor.