Ministro da Infraestrutura liga para presidente do Sindaport e se desculpa por erros em palestra
Por Ted Sartori/#Santaportal em 23/01/2020 às 10:43
PORTO – O telefone celular de Everandy Cirino dos Santos, presidente do Sindaport, tocou uma vez ontem pela manhã. O código era 61, de Brasília. O dirigente sindical pensava que era alguém da Federação Nacional dos Portuários. Não conseguiu atender. Mas não era. Quando atendeu, descobriu pela voz que se tratava de Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura. Antes, ele havia ligado para o sindicato, mas não encontrou Everandy e tinha deixado recado. “Ele me ligou para pedir desculpas. Um homem muito humilde e educado”, conta o presidente do Sindaport.
Em palestra dada no Instituto Militar de Engenharia, Tarcisio Gomes de Freitas disse, dentre outros assuntos, que guardas portuários ganhavam R$ 50 mil. O valor, porém, é atingido apenas por um grupo de menos de 20 empregados – dentre 1300 – que obtiveram acordos judiciais parcelados, em razão de erros nos pagamentos mensais por parte da empresa. “Os mais velhos atingem de R$ 7 mil a R$ 10 mil”, completa Everandy. O salário-base de admissão de um profissional dessa área é de aproximadamente R$ 3 mil, chegando a pouco abaixo de R$ 7 mil.
As palavras do ministro valeram um ofício de duas páginas protocolado na tarde de terça-feira (21) por parte do Sindaport. No entanto, Everandy tomou conhecimento que Freitas já sabia da polêmica antes que o documento chegasse às suas mãos e procurou se antecipar ao máximo. Tanto que o ministro ligou já na manhã de quarta-feira.
“Na afirmação do Excelentíssimo Senhor sobre adicional noturno não pago com percentual de 50%, e sim, com 100%, cabe-nos corrigir que, o adicional noturno pago aos empregados da Codesp é com o percentual de 50% e não com 25%, em razão da Lei 4.860 que rege o trabalho Portuário”, dizia trecho do documento. “Ele também falou de corrupção no Porto de Santos, que sempre soubemos existir, em especial a partir de 1980, quando a Codesp virou uma empresa de economia mista, e sempre denunciamos. Mas isso nada tem a ver com a categoria. E agora, como lembrou o ministro na palestra, o Governo chamos técnicos para cuidar de tudo”, emenda Everandy.