Menina de 6 anos fica com dedos roxos após calçar tênis com piolho-de-cobra
Por Vanessa Ortiz/Santa Portal em 11/03/2022 às 06:00
A família da pequena Manuela Seidel Lima, de 6 anos, tomou um grande susto após a menina ficar com os dedos dos pés roxos ao calçar o tênis. Moradora de Bertioga, a menina teve contato com um gongolo, conhecido como piolho-de-cobra.
A mãe dela, Lays Seidel, contou ao Santa Portal nesta sexta-feira (11), que o fato aconteceu enquanto a criança estava na casa do pai. “Pela manhã, a Manuela foi calçar o tênis para ir para o esporte e sentiu queimar o pezinho”, afirma. Em seguida, ela avisou o pai que estava com os dedos ardendo. “Ao tirar o tênis do pé dela e bater, esse bichinho saiu de dentro”, explica.
Logo após, o homem ligou para Lays para avisar o que havia acontecido. Nas fotos, é possível ver que os dois dedos do pé da menina ficaram roxos. Com medo, a mãe a levou para o Pronto Socorro da cidade, onde os profissionais de saúde a medicaram, e pediram repouso, com os pés para cima. “Como a região dos dedos não é tão vascularizada, pode ocorrer se criar uma ferida ou até gangrenar, segundo ele [médico]”, afirma.
Inofensivo
Apesar da orientação médica, o piolho-de-cobra não oferece qualquer risco a saúde, pois não são venenosos, conforme explica a bióloga Larissa Teixeira. O animal pertence à classe Diplopodas, e embora tenha esse nome, não são nem relacionados aos piolhos e nem às cobras.
“Eles são bem comuns e abundantes, mas são completamente inofensivos e não são venenosos. Ajudam nos jardins e hortas reciclando nutrientes ao se alimentar de vegetais mortos. Por gostarem de locais escuros e úmidos, podem se esconder em calçados, e cantos da casa”, afirma Larissa.
Ao serem tocados ou se sentirem ameaçados, eles podem soltar toxinas com pigmentação, que deixa a região do corpo roxa, ou exalar um odor desagradável para afastar a ameaça, segundo a bióloga. “No caso das toxinas que deixam a pele arroxeada, é comum que as pessoas confundam com uma gangrena, mas é apenas um pigmento liberado pelo animal”, esclarece.
Ao ter contato com o piolho-de-cobra, a indicação é para que a área seja lavada apenas com água e sabão, e caso haja irritação procurar um dermatologista. “Casos de irritações graves não são comuns, mas o pigmento pode persistir por alguns dias. É muito importante checar calçados e roupas antes de vestir, assim como manter a boa higiene dos espaços em que os guarda, para evitar incidentes com estes e outros invertebrados”, explica.
No caso da Manuela, o calçado ficava para fora de casa, para tomar um sol. Segundo a mãe, agora a prática mudará. “Pretendo não colocar mais, ou se colocar, verificar muito bem antes dela calçar”, finaliza.
