Médico anestesista morre de covid-19 em Santos; dois dias antes, mandou áudio premonitório ao filho
Por #Santaportal em 03/04/2020 às 08:39
CORONAVÍRUS – O médico anestesista Diamir Gomes, de 74 anos, havia sido dispensado há pouco tempo dos plantões no hospital em que trabalhava em São Paulo. Ele pertencia ao grupo de risco do novo coronavírus. Em 25 de março, ele mandou um áudio por Whatsapp para o filho Diego. Diamir tinha sintomas de gripe e notou uma piora acelerada na respiração.
“Fique bem, é a vida”, disse Diamir, ao contar que iria para o hospital, após muita resistência justamente por medo de contrair o vírus, e não sabia se retornaria, tal como uma sensação premonitória. Dois dias depois, na manhã de 27 de março, o médico anestesista morreu em Santos vítima de Covid-19. Foi o último contato entre pai e filho. A história foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Diego contou que não tem ideia de como o pai contraiu o vírus. Ele chegou a ser tratado com cloroquina, mas não houve resultado.
Em 2001, a enfermeira Iria, mulher de Diamir, morreu de câncer. Um ano e meio, Ana Carolina, irmã mais velha de Diego, morreu aos 16 anos, depois de uma reação alérgica.
Diamir Gomes nasceu em Aquidauana, em Mato Grosso do Sul. Estudou bioquímica e farmácia em Curitiba. Na capital paranaense, ele trabalhou como fiscal de táxi. Como farmacêutico, esteve em vários pontos do Brasil até aportar no Rio de Janeiro, quando dava aulas de Matemática e Física em cursinhos para pagar o curso de Medicina. Na Cidade Maravilhosa é que conheceu Iria e se mudaram para São Paulo em razão do trabalho na Capital. No entanto, residiam em Santos pelos filhos, para uma criação perto da praia.