Governo de SP confirma Equatorial como única interessada na Sabesp

Por Douglas Gravas/Folhapress em 29/06/2024 às 08:00

Divulgação/PMB
Divulgação/PMB

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou nesta sexta-feira (28) que a Equatorial é a única finalista para ser acionista de referência na privatização da Sabesp.

Ao lado da secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natalia Resende, ele falou com jornalistas por videoconferência, de Londres, detalhando os próximos passos do processo de desestatização da companhia.

Na quarta-feira (26) foi noticiado que a Equatorial Energia era a única a formalizar uma proposta pela posição de acionista de referência -que será uma espécie de sócio estratégico do governo.

Esse sócio estratégico que o governo busca para o negócio deverá adquirir, sozinho, 15% do capital da Sabesp e terá direito a um terço do conselho de administração, além do direito de escolher o presidente do conselho e outros executivos.

A Aegea, maior empresa privada de saneamento do país, também apontada como potencial participante do leilão, não entregou a documentação necessária para participar.

“É comum em uma oferta que vários investidores se manifestem e acabem desistindo por várias razões, às vezes o que quer ser o investidor de referência queria também ter o controle”, disse Tarcísio.

Segundo o governador, questões de composição acionária também acabam pesando na decisão do investidor. “Acontece em outros processos, em leilões também. O mais importante era que tivesse um investidor de referência comprometido com a universalização.”

“Não estamos tratando de um leilão, é uma lógica diferente. O que a gente sempre buscou foi um modelo que trouxesse mais investimentos, melhoria de gestão. Também buscamos uma estabilidade regulatória, a figura do investidor de referência comprometido com o estado para alcançar esses objetivos”, disse a secretária.

Natalia também disse que o que está sendo colocado para a formulação do preço mínimo está dentro do esperado pelo estado.

“Não é falta de concorrência, é uma aderência ao que a gente vem colocando desde o início”, disse ela.

O motivo para a oferta única teria sido uma das cláusulas, que impôs a “poison pill”, impedindo que um sócio se torne majoritário por meio de uma oferta hostil.

O estado quer privatizar a Sabesp por meio de um “follow-on” realizado em duas etapas. O Governo de São Paulo, que hoje tem 50,3% da Sabesp, vai vender uma fatia das ações que possui até ficar com 18% do capital, saindo do controle da companhia.

O acionista de referência vai ficar com 15% dos papéis, enquanto investidores do mercado -incluindo pessoas físicas e jurídicas, brasileiras e estrangeiras- terão 17%.

No último dia 20, o governo estadual impôs uma condição que daria certa vantagem ao candidato favorito do mercado na disputa, que era apontado como a Equatorial.

Analistas que acompanham processos de privatização avaliaram que a regra, chamada de “right to match” (“direito de igualar a proposta”, em tradução livre), foi uma das cláusulas que dificultaram a entrada da Aegea no processo.

Isso permitia que o grupo com menor preço ponderado cobrisse a oferta do concorrente e saísse vencedor na disputa por acionista de referência -desde que tivesse o maior valor absoluto do book, ou seja, maior demanda dos investidores.

Além da Equatorial e da Aegea, a lista de grupos interessados em virar acionista de referência era mais extensa, incluindo nomes como Votorantim, Veolia, Cosan e J&F.

A falta de competidores não vai exigir adaptações no processo. O prospecto da oferta já previa a situação de um único interessado.

Raio-X da Sabesp

Fundação: 1973

Lucro líquido 2023: R$ 3,5 bilhões

Valor de mercado: R$ 57 bilhões

Funcionários: 11.170

Municípios atendidos: 375

População atendida: 28,4 milhões

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