Família quer explicações sobre morte de menina de 2 anos em UPA de Santos
Por #Santaportal em 15/04/2020 às 11:47
SANTOS – A família busca explicações para a morte de Ana Manoella Pereira Capela dos Anjos, de 2 anos, ocorrida na segunda-feira (13). A menina deu entrada na UPA Zona Noroeste, em Santos, com diarreia.
Segundo a tia Evânia Gomes, o médico que atendeu prescreveu soro para ser aplicado e houve um furo no pescoço. “Minha irmã (Clécia, a mãe) não autorizou que fosse feito isso. Mas foi feito. A menina começou a vomitar sangue e acabou morrendo”, conta. “Queremos saber o que aconteceu. Queremos justiça”, emenda Evânia.
Clécia Pereira Capela, a mãe de Ana Manoella, está muito abalada e preferiu não conversar com a reportagem. Ela, assim como a irmã Evânia, clama por justiça.
Na declaração de óbito, a causa é indeterminada. A família também registrou Boletim de Ocorrência no 5º Distrito Policial de Santos. “Foi pedida autópsia, mas acabou não sendo feita”, conta Evânia.
O enterro de Ana Manoella aconteceu ontem, em São Vicente. Ela residia no Conjunto Tancredo Neves e, na ocasião, estava com a mãe em Santos na casa da avó – no Caminho São José, no Rádio Clube, na Zona Noroeste, em Santos -, quando decidiram levar a menina até à UPA porque ela não estava comendo nada e apenas evacuando líquido.
Em nota, a Prefeitura de Santos respondeu o seguinte:
“A Unidade de Pronto Atendimento Zona Noroeste de Santos esclarece que A.M.P.C.A deu entrada na unidade, em 13/4/2020, já em estado grave e foi encaminhada para emergência, onde recebeu toda a assistência necessária e foi devidamente monitorizada, porém apresentou uma parada cardíaca, apesar do atendimento prestado e a realização de todas as manobras de ressuscitação, infelizmente a paciente veio a óbito. Vale destacar que o caso foi acompanhado por uma equipe de quatro médicos, sendo um coordenador, dois pediatras e um emergencista.
Em relação ao acesso na região do pescoço, é importante ressaltar que em função do quadro de desidratação profunda, é comum puncionar uma via de acesso na veia jugular externa ou jugular interna, e que, portanto, não há qualquer relação entre a medida e a causa do óbito.
A equipe da UPA conversou com os familiares e explicou que seria necessário o encaminhamento para o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) para conclusão da causa da morte, porém, por determinação do governo estadual, o SVO não está em funcionamento. Por isso, a família julgou necessário realizar um Boletim de Ocorrência (B.O.) com solicitação de necropsia, e mesmo sem suspeita de morte violenta, o corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), às 3h desta terça-feira (14/3/2020), por determinação do delegado do 5º Distrito Policial”.