Família acusa garçom de bar em Santos de dar álcool para criança

Por Carolina Iglesias em 30/09/2020 às 12:01

SANTOS – Uma família acusa o garçom de um bar em Santos de servir álcool ao invés de água para uma criança de 1 ano e 11 meses. O caso ocorreu no último dia 20, em um estabelecimento localizado no Embaré. A criança cuspiu o líquido após a ingestão, porém a mãe só foi perceber que tratava-se de álcool quando usou o produto para limpar as mãos, pouco antes de deixar o estabelecimento. 

A autônoma Fabíola Ramos, de 20 anos, conta que havia ido ao bar para celebrar um aniversário. Ela sempre costuma levar água para a criança em seu copinho. Mas no dia do incidente, a criança havia tomado refrigerante e ela precisou descartar a água que estava no recipiente.

Já na saída, quando pediu ao garçom para fechar a conta, a criança, que estava chupando um pirulito, pediu água. “Todas as águas que eles estavam servindo estavam geladas. Eu, sem maldade, perguntei para o garçom se ele podia colocar água no copinho, sem gelo. Ele [garçom] cobrou as comandas e foi para a cozinha”.

Na sequência, o garçom retornou com o copo do menino. “Meu filho, como estava chupando um pirulito, tomou um gole e depois cuspiu. Eu jamais imaginei que ele estivesse tomando álcool. Só que depois disso, minha mão sujou toda de pirulito e precisei limpar. Quando abri o copo, na hora, senti o cheiro forte de álcool. Foi quando chamei o garçom para questionar o que ele havia feito”.

Ainda de acordo com Fabíola, assim que foi informado do que havia ocorrido, o garçom retornou à cozinha e lavou o copo da criança. Em seguida, a mãe da aniversariante chamou o gerente do local, e denunciou o caso.

“Ele nos mostrou as imagens da câmera do local, que aparecia o funcionário entrando na cozinha. Na pia tinha um garrafa sem rótulo. Ele colocou um pouco do líquido dessa garrafa e misturou com água do filtro. O que eu não entendi, já que a ‘água’ da garrafa estava sem gelo”, afirmou a autônoma.

Depois do episódio, a mãe conta ter chamado a polícia ao local, para registrar um boletim de ocorrência. “Também fomos ao hospital e lá declararam um corpo estranho no exame. Ficamos preocupados porque isso poderia ter acontecido com alguma criança menor. O meu filho, como é maiorzinho, cuspiu na hora. Mas se fosse um bebê, por exemplo, poderia não perceber. Vamos agora mover uma ação contra o bar pelo que aconteceu. Pode até ter sido um erro, mas isso jamais poderia ocorrer. Eles nem nos pediram desculpas”.

Após a repercussão do caso, o bar emitiu uma nota em suas redes sociais, prestando esclarecimento a respeito do episódio. Confira: 

“Prezados clientes, fornecedores, frequentadores e amigos do Brother’s Bar e Choperia,

Mantendo o nosso compromisso de transparência com todos e nosso dever, como empresa, em prestar uma segunda nota com um esclarecimento posterior à análise das filmagens e do relato por parte do funcionário envolvido no ocorrido, vimos, por meio desta, findar qualquer falácia sobre o que de fato aconteceu.

Por meio dos vídeos é possível avaliar que há um procedimento inadequado e fora dos padrões estabelecidos pela casa, por parte do funcionário que atendia à mesa da Sra. Thalyta e da Sra. Fabíola. Entretanto, apesar das imagens, não é comprobatório que o mesmo, conforme é alegado, tenha servido qualquer substância indevida para o filho da Sra. Fabíola.

O estabelecimento dispõe de apenas uma única forma de servir água aos seus clientes, através da venda em recipiente lacrado e rotulado. Por motivo que não é padrão, a solicitação de um favor para abastecimento de um copo para a criança, atendida pelo garçom, não fora feito diretamente pelo filtro de água, disponível de forma visível a todos os clientes, na copa do estabelecimento.

Asseguramos que o Brother’s Bar e Choperia não faz uso de material de limpeza em sua copa em frascos sem rótulo, bem como em recipientes inapropriados, passíveis de ambivalência ou dúvida, tendo seu uso exclusivamente em forma de gel, para as mãos, e em borrifadores, para outras aplicações.

As bebidas alcoólicas permanecem em seus frascos originais, devidamente rotulados, pois se faz necessário não somente para distinção do produto, mas para preservação da qualidade e do sabor das mesmas.

Nossa medida pontual, em resposta aos fatos apurados, é a demissão imediata do supracitado funcionário e as tratativas subsequentes seguem com nosso departamento jurídico.

A todos os nossos clientes e amigos, que sabem o trabalho que fazemos para servi-los da melhor forma possível, nosso muito obrigado pela compreensão”.

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