Especialista descarta tamanho do calado como razão para acidente com navio

Por Rodrigo Martins e Andressa Lara em 21/06/2021 às 16:52

(Foto: Patrícia Nunes/Santa Cecília TV)
(Foto: Patrícia Nunes/Santa Cecília TV)

O presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias, Sérgio Aquino, descartou um possível desconhecimento da área ou o tamanho do calado como razões para o acidente envolvendo um navio de carga, que destruiu um terminal de passageiros da balsa entre Santos e Guarujá e o atracadouro, após uma colisão na tarde deste domingo (20).

“Toda operação do ser humano envolve um risco. E para cada evento que acontece, você tem que avaliar e verificar quais as medidas de mitigação que você tem que tomar. Esse é um navio que a primeira vez que ele veio para o Porto de Santos foi em 2014. Então, já conhece o Porto de Santos há um bom tempo. Não podemos dizer que desconhecimento da área seria uma possibilidade. O Calado de Santos atualmente tem 13,50 metros (e de 14,50 metros na preamar), pois foi ampliado em trinta centímetros em 2018. O Porto de Santos, então, está apto a receber embarcações de grande porte com o calado”, disse Aquino ao #Santaportal.

Para o especialista, uma série de fatores podem ter contribuído para o acidente deste domingo. “É lógico que há necessidade de verificar o que aconteceu. Um evento como esse, você tem que verificar se foi um problema de máquina, problema do sistema de comando, um problema na manobra ou se tem algum envolvimento de rebocador, vento ou maré. Todas essas questões precisam ser analisadas”, destacou.

Aquino acredita que uma investigação rápida precisa ser feita para que a causa do acidente seja apontada. “Todas as vezes que você tem um acidente, é fundamental que verifique com rapidez o que que aconteceu para que rapidamente se adotem as medidas de mitigação. Guardadas as devidas proporções, quando um avião cai, há um processo de investigação. As autoridades da aviação se preocupam rapidamente em identificar o que que houve para adotar medidas corretivas. Então, é necessário que com rapidez seja feita a avaliação do que houve nesse acidente. A Capitania dos Portos já abriu um inquérito, a seguradora da empresa também, a armadora. Estão todos em busca de respostas para o que aconteceu. Porém, o mais importante é que, graças a Deus, não tivemos vítimas, foram apenas danos materiais”, concluiu.

Entenda o caso

Um navio de carga destruiu um terminal de passageiros da balsa entre Santos e Guarujá e o atracadouro, após uma colisão, nesta tarde deste domingo.

O Comando do 8º Distrito Naval, por intermédio da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) tomou conhecimento, por volta das 14h20, da colisão do Navio Mercante “CAP SAN ANTONIO”, de bandeira dinamarquesa, com o atracadouro da Ponta da Praia de Santos e duas balsas que fazem a travessia Santos-Guarujá.

De acordo com a SPA, o acidente não impactou as operações do Porto de Santos nem a navegação. Por volta de 15h, em função das condições meteorológicas (rajadas de vento de cerca de 60 km/h), sem qualquer relação com o acidente em tela, a Autoridade Marítima determinou a suspensão do tráfego de navios no Porto.

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