Empresários criticam novas restrições de horário impostas pela Prefeitura

Por Isabel Franson/ #Santaportal em 19/01/2021 às 06:18

MEIA PORTA – Proprietários de bares e restaurantes criticam fortemente decisão anunciada pelo prefeito Rogério Santos (PSDB) sobre a restrição de horário para a venda de bebidas alcoólicas. 

Na última segunda-feira (18), a Prefeitura de Santos anunciou novas medidas do plano municipal de combate à pandemia, que reduzem para 22 horas o fechamento de bares e restaurantes, sendo às 20 horas o término da venda de bebidas. 

Para o proprietário do Fit N Fun, Arthur Veloso, a medida é sem sentido, sem base em dados de medição da Covid-19 e tomada a partir de articulações políticas. “A mesma administração que peitou o governador João Doria, em dezembro, para manter o comércio aberto fora das restrições estaduais é a que agora, sem justificativa alguma, quer abaixar definitivamente a porta dos restaurantes e, principalmente, casas noturnas e bares da Cidade”. 

Um dos fundadores do Movimento Meia Porta, criado por empresários do setor no último ano, Veloso explica que o nome é uma simbologia de que as portas desse ramo de comércio estão abaixando e já estão a poucos centímetros de cerrar terminantemente. “Estamos tentando humanizar a imagem da crise. Não somos números, somos famílias. Só no meu espaço, são 23 famílias diretas dependendo desse emprego, desse sustento. Fora os quase 25 fornecedores, como empresas de gelo, açougue, hortifrutes, cervejas”. 

O movimento, que começou com 30 empresários, já chega agora a quase 70. Todos com o mesmo questionamento: por que dessa forma? 

“Se tivesse mesmo a ver com a pandemia, eu até entenderia”, afirma Veloso. “Mas a Baixada Santista, de todo o Estado, é a região com menor ocupação na taxa de leitos. São mais de 50% disponíveis. Menores médias de novos casos e menores médias de novas internações a cada 100 mil habitantes… Estamos prestes a bater índices de imunização… Então não justifica”. 

No mesmo barco
A tradicional casa noturna na orla do Boqueirão é outra que está sofrendo com as restrições municipais. Segundo Gabriel Costa, sócio-proprietário da Moby Dick, em 22 anos de funcionamento o local nunca passou por situação financeira tão complicada. “Nesse horário, é impossível. Impossível. A gente já tentou de tudo. Já são 10 meses nessa vida, desde 16 de março. Já mudamos o estilo para abrir mais cedo, flexibilizar, buscar alternativas, mas agora estamos de mãos atadas diante dessa decisão”. 

Segundo o empresário, o Movimento Meia Porta é favorável aos cuidados, compreende as restrições e respeita as medidas de prevenção, inclusive incentivando fiscalizações nas casas. “Acontece que a fiscalização é toda errada! Nós temos alvará, nós pagamos impostos, nós cumprimos decretos… E as festinhas clandestinas? Bailes funks? Lá não tem fiscalização. Lá não tem medidas punitivas”. 

Também com o quadro de funcionários na faixa dos 20, sem contar fornecedores e empregados indiretos, Costa lembra que Santos é uma cidade turística e o setor de Hoteis, Bares e Restaurantes é um dos que mais emprega. “Estamos equiparados à construção civil. Pior que nossos impostos não foram reduzidos, nem aluguel. E eu não tenho condição nenhuma de manter uma casa noturna funcionando só até 22 horas, vendendo bebida só até as 20 horas e querer prometer pagar salários de uma equipe inteira”.

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