Em funcionamento desde sábado, Hospital de Campanha de Guarujá tem 17 dos 70 leitos ocupados

Por #Santaportal em 15/05/2020 às 07:18

GUARUJÁ – O Hospital de Campanha de Guarujá, que funciona no hangar da Base Aérea, em Vicente de Carvalho, possui 17 dos 70 leitos ocupados com doentes de Covid-19, em dados apurados até a noite de quarta-feira (13). O detalhe é que, na noite anterior, o local tinha apenas sete pacientes, o que representa uma elevação de 142%.

Destes 17 internados, 14 encontram-se na enfermaria e os três restantes estão na UTI. A maioria é de homens: 14 contra três mulheres. A faixa etária vai dos 27 aos 85 anos. Do total de 70 leitos, 50 são clínicos e 20 de UTI.

O Hospital de Campanha de Guarujá começou a funcionar no sábado (9) e custará R$ 14,9 milhões por 90 dias de funcionamento, incluindo montagem, aquisição de máquinas, equipamentos, manutenção e os salários de mais de 260 funcionários, incluindo médicos e enfermeiros.

O complexo, composto por duas tendas, soma três mil metros quadrados. Os R$ 14,9 milhões investidos vão custear, inclusive, os disputados respiradores.

Tudo o que for adquirido de maquinário para uso nesses três meses será posteriormente incorporado ao patrimônio municipal e distribuído nas unidades de saúde. A gestão do complexo será da Organização Social Aceni.

Dos R$ 14,9 milhões empenhados, R$ 3,2 milhões são do tesouro municipal, mais R$ 3,2 milhões enviados pelo Governo do Estado e a maior parte, R$ 8,5 milhões, são fruto de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura de Guarujá e o Ministério Público (MP) de São Paulo, que permitiu, com a devida autorização do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comdema), a transferência de recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente para o Fundo Municipal de Saúde.

Sistema de climatização vai filtrar ar ambiente
Não é só na forma de custeio que o hospital de campanha de Guarujá é inovador. É o único no Brasil a funcionar numa base militar e, ainda, tem um sistema de climatização eficiente e seguro, que assegurará a troca constante de oxigênio. Esse foi um dos principais desafios do projeto da Secretaria de Saúde de Guarujá (Sesau), em parceria com a Aceni.

A climatização abrangerá toda a estrutura interna do hangar, de quase quatro mil metros quadrados. Dois equipamentos essenciais, localizados nas duas extremidades da estrutura, compõem essa estrutura. De um lado, um responsável por captar ar limpo da natureza e refrigerá-lo. Do outro, um exaustor com filtragem, que será responsável por expelir o oxigênio potencialmente contaminado, tratá-lo e devolvê-lo à atmosfera.

O fluxo garantirá que o interior das tendas esteja sempre climatizado, mas assegurará a troca constante de oxigênio, diferentemente de um sistema de refrigeração comum, no qual o ar permanece suspenso no ambiente por um bom tempo.

O complexo terá, também, uma cozinha industrial; três farmácias (uma central e as outras duas distribuídas em cada seção); cabines de desinfecção por névoa de ozônio para profissionais em duas etapas, sendo a primeira ainda paramentado com seus equipamentos de proteção individual, e a segunda já no processo de retirada deles; vestiários com armários individuais; e refeitório para mais de 200 pessoas.

?Como a atividade-fim das tendas é de isolamento para tratamento de uma doença infectocontagiosa bastante grave, há a certeza que no interior delas o ar que circula é contaminado. Por isso, a metodologia de climatização é peça chave para evitar a propagação do vírus?, explicou o engenheiro em segurança de trabalho da Sesau, Joaquim Gomes Heleno Júnior.

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