Em formato digital, Kasato Maru volta a navegar no mar santista depois de 115 anos

Por Santa Portal em 18/06/2023 às 16:30

Carlos Nogueira/Divulgação Prefeitura de Santos
Carlos Nogueira/Divulgação Prefeitura de Santos

Depois de 115 anos, o Kasato Maru voltou a navegar no mar santista na manhã deste domingo (18). Desta vez, a embarcação que trouxe os primeiros imigrantes japoneses para Santos em 1908 surgiu em forma de realidade aumentada, graças a um aplicativo que pode ser acessado no Novo Quebra-Mar (José Menino).

O lançamento deste aplicativo para smartphones e tablets na manhã deste domingo foi uma das atrações das comemorações preparadas para celebrar os 115 anos da imigração japonesa no Brasil. O aplicativo foi desenvolvido em parceria entre a Prefeitura de Santos e a empresa de tecnologia Criando Valor.

Neta de japoneses, Fernanda Yamauti ficou feliz ao ver, de forma digital, o Kasato Maru, embora seus avós, de Okinawa, tenham feito a travessia oceânica apenas em 1917. “Tudo aqui ficou muito lindo. Este aplicativo, este jardim”. “Maravilhoso”. Assim definiu Maria Marcela Haruko Yamauti Hata, ao ver a embarcação japonesa na tela de seu smartphone. “Foi bem simples e rápido todo o processo”.

Para acessar outra experiência ligada ao Kasato Maru que o aplicativo permite no Novo Quebra-Mar, o usuário tem de estar perto da Praça das Gerações. Em uma maquete digital, o navio aparece na tela em forma tridimensional, com realidade aumentada, atracando no famoso Armazém XVIII, podendo ser visto em detalhes, de vários ângulos, no convés, na proa e na popa, por exemplo.

O mesmo aplicativo mostra ao usuário informações completas dos principais equipamentos do Parque Roberto Mário Santini, no Novo Quebra-Mar. Para isso, basta clicar nos pontos indicados com a letra “i” e saber detalhes de cada atração.

A solenidade em homenagem aos 115 anos da imigração japonesa no Parque Roberto Mário Santini teve deposição de flores no Monumento dos Imigrantes Japoneses e no Monumento 18 de Junho, e execução dos hinos do Japão e Brasil.

Na solenidade, o prefeito Rogério Santos assinou um decreto que estabelece atividades relativas à paz a serem realizadas em 9 de Agosto – Dia do Desarmamento Nuclear. A data remete a 9 de agosto de 1945, quando os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica na cidade japonesa de Nagasaki. “Assinar este decreto é cumprir um compromisso que eu tinha com a colônia japonesa”, destacou o prefeito.


Foto: Carlos Nogueira/Divulgação Prefeitura de Santos

Rogério Santos afirmou que a beleza da data celebrativa “está na volta ao tempo”. “Este local é hoje o principal espaço da cultura japonesa na Cidade. Tenho certeza que, com os monumentos da comunidade japonesa e com os outros atrativos, o Quebra-Mar se torna o equipamento público mais bonito do Brasil. A tecnologia implantada aqui nos faz viajar na história”.

Presidente da Associação Japonesa de Santos, Sadao Nakai destacou que os aplicativos instalados no Novo Quebra-Mar vão tornar a história do Kasato Maru mais conhecida para as novas gerações. “Depois vieram outros navios trazendo outras famílias. Hoje somos dois milhões de imigrantes japoneses no Brasil”.

Ainda como parte das comemorações, três santistas participarão de uma celebração em Nagasaki, no Japão, em agosto. Júlia Cordeiro Ramos e Clara Lopez Franco Lara foram as indicadas pela Associação Japonesa de Santos, e Camila Sansivieri pela Prefeitura de Santos.


Foto: Carlos Nogueira/Divulgação Prefeitura de Santos

A história dos japoneses no Brasil começa no dia 18 de junho de 1908, quando 781 japoneses chegaram ao Porto de Santos no navio Kasato Maru, após mais de 50 dias em alto-mar. Depois, outros navios trouxeram mais japoneses para o País. Na Segunda Guerra Mundial, a situação para japoneses e seus descendentes se complicou porque Brasil e Japão ficaram de lados opostos no conflito.

A ocupação em Santos se deu principalmente em bairros como Ponta da Praia, Campo Grande, Marapé, Macuco e Aparecida, onde construíram chácaras e sítios com plantação de hortifrútis. A tradição da pesca também não foi abandonada por aqui.


Foto: Carlos Nogueira/Divulgação Prefeitura de Santos

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