Devotos celebram fé e falam sobre devoção por Nossa Senhora do Monte Serrat
Por Rodrigo Martins em 29/08/2021 às 21:05
A devoção por Nossa Senhora do Monte Serrat é grande em Santos. São diversas histórias de pessoas que receberam uma graça da padroeira da cidade e se mantiveram fieis durante todos esses anos. O Santa Portal ouviu alguns desses devotos, cada com uma história diferente de fé e amor por Nossa Senhora do Monte Serrat.
O fisioterapeuta Josenildo da Silva Araújo, de 41 anos, nasceu no Ceará, mas ainda muito jovem foi morar em Santos. Ao dar seus primeiros passos na religião, ele logo se tornou um devoto de Nossa Senhora.
“A minha devoção pela Nossa Senhora do Monte Serrat tem praticamente 30 anos. A partir do momento em que eu entrei na catequese no próprio Monte Serrat, que nós chamamos de primeira eucaristia, com 12 anos, me tornei um devoto. Eu sou cearense e, quando vim morar em Santos, com seis anos, a nossa família passou a morar no Monte Serrat. Essa relação próxima fez com que a minha devoção se fortalecesse”, disse.
Já a cabeleireira Francisca Conrado de Sá Clemente, de 59 anos, conhecida pelo apelido de Tia Panca, contou que se tornou devota ainda nos primeiros anos de vida.
“Posso dizer que essa minha devoção existe praticamente desde que eu nasci. Me criei em uma família Católica Apostólica Romana e me tornei devota porque, para mim, Nossa Senhora é uma só. Mas como desde pequena sempre frequentei o santuário, os grupos de orações e o grupo de jovens da igreja, minha relação só cresceu com a santa. Ao longo dos anos essa devoção se tornou ainda mais forte”, explicou.
A manicure Simone Carolino Rodrigues, de 48 anos, também veio de família nordestina, mas nasceu em Santos e, assim como Francisca, logo se tornou uma devota de Nossa Senhora do Monte Serrat.
“Meus pais são nordestinos, tenho quatro irmãos e, desde sempre, nós acompanhávamos a festa da padroeira. Comecei a frequentar a igreja ainda pequenininha e, com 14 anos, fio lá que eu fiz a minha catequese. Sempre ajudei nas missas, participei da subida da santa por vários anos. Sempre participei, procurando ajudar na organização da festa junto com a comunidade”, contou.
Devotos relembram promessas
Simone diz que fez uma promessa para a santa e a cumpriu após ter a graça alcançada.
“Quando o meu filho mais velho nasceu, eu fiz uma promessa por ele. Os médicos mandaram ele refazer o exame do pezinho e eu estava com medo de que ele tivesse algum problema. Por isso fiz a promessa. Eu como catequista organizava os anjinhos e prometi que levaria ele de anjo para a procissão até os cinco anos de idade, caso alcançasse essa graça. No fim, deu tudo certo e cumpri a minha promessa. Eu acredito muito no poder de Nossa Senhora. Tenho certeza que ela ajudou ou intercedeu junto a Deus para que o meu filho não tivesse nenhum problema de saúde”, revelou.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Tia Panca também recebeu uma graça da padroeira e cumpriu a promessa que havia feito.
“Há 35 anos, né? Eu pedi a intervenção de Nossa Senhora mediante de seu filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, porque naquele momento eu queria muito ajudar o meu pai. Esse pedido tem 35 anos. Graças a Deus, eu consegui e como forma de retribuir, ofereci os meus trabalhos voluntários. Tinha pedido que Nossa Senhora me desse sabedoria para que eu, de alguma maneira, pudesse sempre estar ajudando o santuário. Desde então procuro ajudar na casa dela de alguma forma. Além disso, prometi que sempre doaria flores para a decoração do Santuário na festa dela. Sempre comprei flores para espalhar pela escadaria, pelas estações também. Sou muito agradecida por ela ter me dado esse dom de trabalhar todos os anos para ela. Sou grata também por ela ter colocado no meu caminho pessoas que me ajudam até hoje. Eu não sou devota de Nossa Senhora sozinha, há muitas pessoas que também compartilham dessa devoção”, comentou.
Devotos falam sobre relação com os festejos
Mesmo com a pandemia, os devotos encontram um jeito de acompanhar a festa da consagração de Nossa Senhora do Monte Serrat.
“A gente sempre acompanhou a procissão em família e com os anjinhos da comunidade, que participavam todos vestidos com a roupinha deles. Infelizmente, ainda não vai voltar do jeito que era esse ano, por causa da pandemia. Sabemos que ainda está muito difícil, muitas famílias perderam seus entes queridos. Mas vou manter a tradição de colocar flores nas estações do bondinho, acompanhando a subida da santa”, disse Francisca.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Josenildo está entusiasmado com a festividade desse ano, pois vai poder acompanhar de perto a celebração da padroeira. “Eu posso dizer que sou uma pessoa por poder acompanhar a procissão, mesmo com as restrições impostas pela pandemia. Há 25 anos eu faço parte do grupo de acólitos da Catedral de Santos. Nesse ano, inclusive, eu fiz o meu jubileu de prata de 25 anos como coroinha. Continuo atuando e isso me dá um privilégio, sem desmerecer ninguém, de acompanhar todas esses essas. Então eu estou junto dela seja na procissão a pé seja através de uma carreata, como será nesse ano por causa da pandemia. É sempre muito especial participar dos festejos de Nossa Senhora do Monte Serrat”, declarou.
Mesmo não sendo mais católica, Simone garante que a sua devoção por Nossa Senhora do Monte Serrat é inabalável. Apesar disso, ela lamenta não poder participar da festa em virtude das restrições da pandemia.
“Não sou mais católica, sou espírita, mas continuo com a minha devoção. Eu continuo confiando nela porque a gente pode até mudar de religião, mas não de crença. Creio que a santa é poderosa, ela faz milagres. Durante 12 anos eu ajudava distribuindo água para o pessoal que participa da procissão. Tanto os romeiros, quanto o pessoal do Exército que carrega a santa na subida. Enquanto algumas pessoas vendiam água, eu e a minha família enchíamos os copos com água para distribuir para o pessoal que passava. Mas, infelizmente, assim como no ano passado não vai haver procissão”, concluiu.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal