Com exceção de Itanhaém, cidades da região não vão obrigar alunos a usarem máscara nas escolas

Por Santa Portal em 26/05/2022 às 06:10

Reprodução
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Na última terça-feira (24), Itanhaém retomou o uso obrigatório de máscaras em suas escolas municipais, após um aumento no número de casos de covid-19 entre alunos, professores e funcionários. Porém, outros municípios da região não devem decidir pela volta do uso obrigatório da proteção facial.

Procuradas pelo Santa Portal, Santos, Bertioga, Guarujá, Mongaguá e Peruíbe decidiram por não obrigar os frequentadores das escolas a utilizarem máscara dentro das unidades de ensino. Cubatão, Praia Grande e São Vicente ainda não responderam, mas quando houver um posicionamento sobre o tema será incluído neste espaço.

Ouvido pela reportagem, o infectologista Ricardo Hayden entende que as cidades poderiam rever essa questão, assim como foi feito em Itanhaém. Ele acredita que os estudantes e professores deveriam continuar usando máscara no ambiente escolar.

“Isso fica na mão do poder público, mas é uma decisão que tem que ser compartilhada pelo secretário da saúde com a equipe técnica e com o prefeito da cidade. Então cada um sabe da sua realidade, com os seus números e o que pode ser feito em cima disso”, afirmou Haydem, em entrevista exclusiva ao Santa Portal.

Para o médico, não é hora de ‘baixar a guarda’, pois o risco ainda existe. “A gente tem recomendado prudência para as pessoas não extrapolarem o limite do risco. Em alguns lugares que a vacinação está mais incompleta tem surgido casos novos, a média móvel está oscilando acima do previsto. Por isso, acredito que, nesse caso das escolas, as máscaras deveriam continuar obrigatórias, além de melhorar a questão do distanciamento entre os estudantes. Isso diminuiria muito o risco de contágio”, disse.

No entanto, Hayden destaca que para tomar essa medida, no momento, seria necessário conversar com os pais para que eles entendessem a importância de seus filhos utilizarem a proteção facial dentro da sala de aula.

“Essa coisa de ocupação máxima nas salas de aula e o não uso de máscaras estão causando problemas, em várias escolas temos visto o aumento de casos. Por isso, acredito que o ideal seria conversar com os pais abertamente sobre o assunto”, comentou.

Por fim, o infectologista ressalta que a vacinação é fundamental para evitar um novo surto da covid-19. “Falamos da máscara, da questão do álcool em gel, esses são elementos imutáveis, que continuam sendo necessários, mas sabemos que não há como obrigar ninguém. Entretanto, algumas medidas podem ser tomadas. Nesse contexto, acredito que seria importante convencer quem não tomou a vacina, que se vacine. Para aqueles que ainda não tomaram todas as doses, que possam completar o esquema vacinal porque a doença ainda está aí”, concluiu.

Veja o posicionamento de cada cidade sobre o uso de máscaras nas escolas:

Santos

A Secretaria de Educação (Seduc) informa que, na rede municipal de Santos, de janeiro até 24 de maio de 2022, foram registrados 60 casos da doença entre educadores, funcionários e alunos que frequentam as 86 unidades municipais de ensino, com cerca de 27.500 alunos e 4.500 profissionais de Educação.

Desde o início da pandemia, todos os casos de adultos e crianças com covid na rede municipal de ensino são notificados pela equipe gestora da unidade ao Programa Saúde na Escola (PSE), uma parceria da Seduc com a Secretaria Municipal de Saúde.

A Seduc também destaca que, mesmo com a não obrigatoriedade do uso de máscaras nas escolas, a higienização constante e o uso de álcool em gel continuam fazendo parte do dia a dia das unidades de ensino municipais.

Além disso, a pasta afirma que 67% das crianças, de 5 a 11 anos (21.607), já tomaram a primeira dose da vacina contra a covid, e 66% (14.372) das que poderiam tomar a segunda dose (ou seja, que cumpriram o intervalo) também o fizeram. A cidade tem 90% da população (acima de 5 anos) com o esquema vacinal completo (duas doses).

Bertioga

A Secretaria de Educação de Bertioga informa que nas escolas municipais não houve casos de covid-19 entre alunos e nenhuma unidade teve que ser fechada até o presente momento. Seguimos sem a necessidade do uso de máscaras.

Guarujá

A Prefeitura de Guarujá informa que não há registro de casos de covid-19 nas escolas da rede municipal e não há relato de surtos. O uso de máscaras continua facultativo e não há previsão sobre o retorno do uso de máscaras nas unidades de ensino.

Itanhaém

Um decreto publicado nesta terça voltou a tornar obrigatório o uso de máscaras nas escolas municipais de Itanhaém.

O uso do acessório contra a covid-19 será obrigatório dentro de salas de aula e ambientes fechados da rede pública de ensino. A decisão é uma medida temporária para prevenir o contágio e transmissão do coronavírus.

De acordo com a prefeitura, a medida é necessária já que, nos últimos dias, os casos de covid-19 entre alunos, professores e funcionários têm aumentado. O objetivo é garantir a segurança dos estudantes e profissionais da Educação e de outros setores dentro das escolas.

A obrigatoriedade do uso de máscaras, somente será dispensada no caso dos estudantes com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, sensorial, ou qualquer outra deficiência ou condições de saúde que os impeçam de fazer o uso adequado de máscaras de proteção facial, conforme declaração médica. Os alunos com menos de cinco anos de idade também não terão a obrigatoriedade do uso.

A Secretaria de Educação recomenda que as escolas da rede privada de ensino também adotem o uso de máscaras de proteção facial nos ambientes fechados das unidades escolares.

Mongaguá

Até o momento, não há registros de Covid nas escolas de Mongaguá. A Diretoria de Educação, juntamente à de Saúde, analisam semanalmente o cenário acerca do assunto, a fim de deliberarem as ações pertinentes. Por ora, não foi definido sobre o retorno obrigatório do uso de máscaras nas unidades escolares.

Peruíbe

De acordo com o Departamento Municipal de Vigilância em Saúde, desde o retorno das aulas da rede municipal em 7 de fevereiro até o momento, foram 38 notificações de profissionais da Educação (28 confirmados e 10 descartados) e 23 notificações de alunos (15 confirmados e 08 descartados).

Além disso, uma escola particular informou que teve cinco casos confirmados. As demais escolas particulares não informaram o setor neste período sobre registro de casos.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o município tem realizado monitoramento diário dos casos suspeitos e confirmados e até o momento não foi identificada a necessidade de adoção desta medida. Porém, tão logo se observe registros de casos que demonstrem a necessidade da retomada de medidas sanitárias mais rigorosas, o faremos.

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