Produtor de 'Ainda Estou Aqui' tenta superar crise com credores causada por dívidas

Por Maurício Meireles/Folhapres em 17/03/2025 às 09:44

Reprodução/Karime Xavier/Folhapress
Reprodução/Karime Xavier/Folhapress

Quando a equipe de “Ainda Estou Aqui” chegou à cerimônia do Oscar, uma operação de bastidores se desenrolava havia meses –um fundo de investimentos vinha comprando de credores dívidas de um dos produtores do filme, o que ajudou a evitar uma polêmica que poderia ter atrapalhado a campanha do longa pela estatueta.

O produtor é Rodrigo Teixeira, da RT Features, a quem os credores dizem ter emprestado dinheiro sem receber o retorno combinado. E o nome do fundo é Artesanal Special Sits FIDC Multisetorial. Teixeira é um dos profissionais de cinema brasileiros de maior sucesso no exterior e chega a um novo patamar com “Ainda Estou Aqui”, mas tem sido alvo de uma série de batalhas jurídicas no Brasil e nos Estados Unidos.

Teixeira conta que a compra das dívidas tem acontecido desde novembro e nega que a operação tenha a ver com a corrida pelo Oscar. Mesmo assim, o efeito prático foi dificultar que o caso viesse a público antes da premiação, num contexto em que os credores ensaiavam pedir o bloqueio das receitas de bilheteria do longa –valor que já passou de R$ 200 milhões no mundo todo.

Em entrevista concedida na sua casa em São Paulo, Teixeira disse que as ações não poderiam impactar a bilheteria de “Ainda Estou Aqui”. Ele afirma que atuou como prestador de serviços do filme e que não é sócio do longa-metragem –a renda com os ingressos seria exclusiva da Videofilmes, produtora dos irmãos Walter Salles e João Moreira Salles.

Teixeira não conta quais acordos costurou nos últimos meses, mas eles envolvem algumas dívidas que individualmente passam dos R$ 20 milhões. Nesta conversa com o jornal, o produtor afirma que seus problemas financeiros começaram na pandemia e, depois, ainda foram reforçados pela greve dos roteiristas nos Estados Unidos, em 2023. Teixeira também faz uma autocrítica –embora se veja como um bom criador, diz que não é um bom gestor.

“Achei que eu era as duas coisas. Estava errado, tenho 48 anos e admito”, diz ele, acrescentando que hoje tem pessoas que o ajudam a reestruturar os negócios.

Teixeira revela como tem recuperado a credibilidade no mercado audiovisual em meio a repercussão de “Ainda Estou Aqui”. Ele também conta como foi a campanha do filme pelo Oscar e analisa a vitória de “Anora”, de Sean Baker, como o melhor filme.

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