28/09/2025

Influenciador é solto no Panamá e preso horas depois na Argentina

Por Ricardo Pedro Cruz/Folha Press em 28/09/2025 às 11:27

Reprodução/Instagram
Reprodução/Instagram

Gabriel Spalone, 29, protagonizou uma reviravolta internacional neste sábado (27). Após ser liberado pelas autoridades no Panamá, ele foi preso novamente horas depois ao desembarcar em Buenos Aires, na Argentina. O influenciador é suspeito de fazer parte de um esquema que desviou cerca de R$ 147 milhões usando transferências via PIX.

A prisão foi coordenada pela Polícia Federal e contou com o apoio das polícias da Argentina, Panamá, Paraguai, Estados Unidos e da Polícia Civil de São Paulo. Spalone agora aguarda na Argentina os trâmites para a extradição ao Brasil.

A primeira detenção ocorreu no aeroporto do Panamá. Spalone, que tem mais de 843 mil seguidores no Instagram e costuma exibir uma vida de investidor em Dubai, teria começado a fuga no Paraguai. O plano original era voar para Nova York (EUA), com uma conexão no Panamá, e, segundo as investigações, o destino final seria Dubai.

Contudo, durante a escala, o influenciador mudou de planos e tentou comprar uma passagem para a Holanda, momento em que foi detido pela primeira vez. Após a liberação no Panamá, ele embarcou em um voo para a Argentina, onde foi preso assim que desembarcou.

GOLPE MILIONÁRIO

Spalone é suspeito de participar de um esquema que, em fevereiro deste ano, realizou centenas de transferências via Pix que totalizaram R$ 146.593.142,28.

De acordo com a Polícia Civil de SP, os criminosos utilizaram credenciais de uma empresa prestadora de serviços para efetuar os desvios, transferindo o dinheiro para outras dez contas no mesmo banco, em uma manobra conhecida como “Pix indireto”.

Embora parte do valor tenha sido recuperada, o prejuízo efetivo para a instituição financeira foi estimado em R$ 39 milhões.

O QUE DIZ A DEFESA

O advogado Eduardo Maurício, que representa Spalone, confirmou que o cliente foi liberado no Panamá e preso novamente em Buenos Aires, desta vez, segundo ele, “com uma inclusão ao que parece correta na Interpol”. A defesa alega que a primeira detenção foi “ilegal e abusiva”, já que o cliente nunca havia sido formalmente intimado a prestar esclarecimentos no Brasil.

Maurício afirma que já apresentou provas da inocência do influenciador e que buscará a revogação da prisão, além de planejar a exclusão do nome de Spalone da lista da Interpol. A defesa também cita a intenção de levar o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos.

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