18/12/2025

Conheça quais são os rivais de 'O Agente Secreto' no Oscar e no Globo de Ouro

Por Folha Press em 18/12/2025 às 17:19

Victor Jucá/Divulgação
Victor Jucá/Divulgação

“O Agente Secreto”, filme de Kleber Mendonça Filho escolhido para representar o Brasil no Oscar de 2026, vem se destacando em listas de apostas e indicações para a temporada de premiações. O Globo de Ouro, por sua vez, incluiu o filme nas categorias de melhor filme em língua não inglesa, melhor ator e melhor filme de drama, marco inédito para o país.

Já o Critics Choice Awards contemplou a produção brasileira com indicações às categorias de melhor filme internacional e melhor ator pelo papel de Wagner Moura.

Diante desse cenário, muitos estão ansiosos para o anúncio dos indicados ao Oscar do ano que vem, que serão conhecidos em 22 de janeiro. Mas, se “Ainda Estou Aqui” conquistou o primeiro Oscar em melhor filme internacional da história do Brasil, a jornada de “O Agente Secreto” pode não ter o mesmo desfecho.

Se o principal concorrente do longa de Walter Salles, o musical francês “Emilia Pérez”, chegou ao Oscar deste ano prejudicado por controvérsias envolvendo declarações da atriz Karla Sofía Gascón e debates sobre a abordagem de sua protagonista trans e da população mexicana, os grandes rivais de “O Agente Secreto” dificilmente terão de lidar com dificuldades parecidas.

O principal deles, “Foi Apenas um Acidente”, é um drama que se inspira em experiências pessoais que o diretor, o iraniano Jafar Panahi, viveu enquanto preso político. Premiado com a mais recente Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França, a trama acompanha um homem que resolve sequestrar quem acredita ser o seu antigo torturador. Ao decidir executar o suposto algoz, porém, ele passa a duvidar da identidade do sequestrado.

Recentemente, Panahi, que não está no Irã, foi condenado a mais um ano de prisão por “propagandas contra o regime político”, o que deve dar a ele ainda mais fôlego nas corridas pelo Oscar.

Já o segundo filme mais cotado à categoria de melhor filme internacional, “Valor Sentimental”, saiu de Cannes com o grande prêmio do júri e acompanha a relação conturbada entre dois artistas, um pai e sua filha, num drama bastante próximo aos que costumam agradar à Academia.

São narrativas que batem de frente com o conto dirigido por Mendonça Filho. Na trama, Marcelo, papel de Wagner Moura, é um professor que tenta fugir do país durante ditadura militar.

Com o anúncio dos pré-indicados à categoria de melhor filme internacional no Oscar, entretanto, vários outros filmes, divididos entre diversas questões sociais e debates que dizem respeito aos conflitos na Faixa de Gaza, por exemplo, se apresentam como possíveis concorrentes de “O Agente Secreto”.

Veja todos os pré-indicados ao Oscar de melhor filme internacional e que concorrem com o candidato brasileiro.

Foi apenas um acidente (França)

Onde ver: Em cartaz nos cinemas

O filme do iraniano Jafar Panahi se inspira na vida pessoal do cineasta e conta a história de um homem que sequestra aquele que acredita ter sido o seu torturador, na prisão, anos antes. Ao decidir executar o suposto algoz, entretanto, ele começa a duvidar da identidade do sequestrado e decide pedir ajuda a outras vítimas.

Apesar da nacionalidade de Panahi, o filme é uma produção francesa e foi inscrito no prêmio pela França, uma vez que o governo do Irã não apoia as produções e a postura crítica do cineasta.

Valor sentimental (Noruega)

Onde ver: Estreia em 25 de dezembro nos cinemas

No longa do dinamarquês Joachim Trier, as irmãs Nora e Agnes tentam se reconectar com o pai, Gustav, que sumiu de suas vidas. Como diretor renomado, ele retorna e oferece a Nora um papel no filme que acredita que pode recuperar a sua carreira. Quando ela recusa a proposta, Gustav decide dar a vaga para uma jovem estrela de Hollywood.

Sirât (Espanha)

Onde ver: Estreia em 26 de fevereiro nos cinemas

Dirigido por OIiver Laxe, “Sirât” segue a jornada de um homem e seu filho por entre jovens enlouquecidos de uma rave no deserto do Marrocos. A dupla tenta encontrar a filha e irmã mais velha, desaparecida há alguns meses. O filme usa esse cenário para debater a humanidade e o estado de migração.

A única saída (Coreia do Sul)

Onde ver: Estreia em 22 de janeiro nos cinemas

O filme de Park Chan-Wook usa a comédia para debater as competições impostas pelo capitalismo no mundo do trabalho. Na trama, um homem que trabalha em uma grande empresa é demitido e decide matar os seus concorrentes uma vez que se inscreve no processo seletivo para uma nova vaga.

O som da queda (Alemanha)

Onde ver: Sem data de estreia nos cinemas

Ao acompanhar três gerações diferentes de uma mesma família, o filme segue perspectivas de diferentes mulheres e constrói uma atmosfera de terror e opressão ao investigar a condição feminina pela história.

The president´s cake (Iraque)

Onde ver: Sem data de estreia nos cinemas

No longa iraquiano, uma menina de nove anos precisa produzir um bolo em homenagem ao presidente do Iraque. Ela parte em uma jornada para reunir os ingredientes necessários. O filme premiado na última Mostra Internacional de Cinema de São Paulo debate o autoritarismo pela perspectiva de uma criança.

Palestina 36 (Palestina)

Onde ver: Sem data de estreia nos cinemas

Ambientado em 1936, o longa retrata a insurgência da população palestina contra a invasão de vilarejos pelo domínio colonial britânico. O aumento do número de judeus imigrantes e do antissemitismo na Europa se choca com a mobilização mais intensa dos palestinos dentro de 30 anos de colonialismo e é o foco desse filme que retrata um momento que foi decisivo para o Império Britânico e a região.

A garota canhota (Taiwan)

Onde ver: Disponível na Netflix

O longa marca a primeira direção solo de Shih-Ching Tsou e acompanha a história de uma mulher que se muda para Taipé com as suas duas filhas. Ela tenta abrir uma barraca noturna mas se vê ameaçada por segredos e tradições que ameaçam colocar em riso sua jornada de recomeço.

A voz de Hind Rajab (Tunísia)

Onde ver: Sem data de estreia nos cinemas

Premiado com o Grande Prêmio do Júri em Veneza, o filme acompanha a história real de Hind Rajab, criança palestina de seis anos que foi morta em um fogo cruzado, na Faixa de Gaza. O longa dramatiza as tentativas de voluntários da Cruz Vermelha, durante uma chamada telefônica, de resgatar a menina.

Kokuhu (Japão)

Onde ver: Sem data de estreia nos cinemas

Ambientado em Nagasaki em 1964, o filme acompanha a história de um jovem que perde o pai, o líder de uma gangue da yakuza, a conhecida máfia japonesa. Ele é acolhido por um ator de famoso e, em meio a uma série de tensões, decide dedicar a sua vida ao teatro.

Belén: Uma história de injustiça (Argentina)

Onde ver: Disponível no Prime Video

O filme dirigido e estrelado por Dolores Fonzi conta a história real de Julieta, jovem que é injustamente acusada de infanticídio após uma emergência médica que acontece em uma região conservadora da Argentina. O longa debate os direitos reprodutivos pela perspectiva da advogada Soledad Deza.

Homebound (Índia)

Onde ver: Disponível na Netflix

O longa acompanha a história de dois amigos de uma aldeia ao norte da Índia que decidem alcançar a dignidade ao buscar empregos como policiais. No processo, a dupla é tomada pelo desespero.

Tudo que resta de você (Jordânia)

Onde ver: Sem data de estreia nos cinemas

O filme segue diferentes gerações de uma família palestina e aborda a ideia de trauma intergeracional e a resistência na Faixa de Gaza, indo desde 1948 até os protestos que tomaram a região da Cisjordânia.

Na linha de frente (Suíça)

Onde ver: Sem data de estreia nos cinemas

O longa de Petra Volpe é um retrato do dia a dia exaustivo de uma enfermeira que trabalha na ala hospitalar de uma instituição de saúde precária. Ao investigar a carência de recursos e os dilemas éticos que surgem dessas condições, o filme aborda a infraestrutura do sistema de saúde.

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